Brasileiros ainda não sacaram R$ 7,51 bilhões de valores a receber
Brasileiros ainda não sacaram R$ 7,51 bilhões de valores a receber
Sistema do BC já devolveu R$ 5,55 bilhões em recursos esquecidos.
Publicado por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Os
brasileiros ainda não sacaram R$ 7,51 bilhões em recursos esquecidos no sistema
financeiro até o fim de novembro, informou nesta segunda-feira (8) o Banco
Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 5,55
bilhões, de um total de R$ 13,06 bilhões postos à disposição pelas instituições
financeiras.
As
estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao
número de beneficiários, até o fim de novembro, 17.379.507 correntistas haviam
resgatado valores. Isso representa apenas 28,86% do total de 60.225.711
correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de
2022.
Entre os que
já retiraram valores, 16.504.231 são pessoas físicas e 875.276 são pessoas
jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 39.786.602 são pessoas
físicas e 3.059.602 são pessoas jurídicas.
A maior
parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque têm direito a
pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,38% dos
beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,21% dos
correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,69% dos
clientes. Só 1,71% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Depois de
ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com
novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de
resgate de valores de pessoas falecidas. Em março, informou o BC, foram
resgatados R$ 505 milhões esquecidos. Em outubro, foram retirados R$ 178
milhões, queda em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 264
milhões.
Melhorias
A atual fase
do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de
solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de
valores previstos na norma do sistema. Também haverá uma sala de espera
virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a
necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas
melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com
acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
Assim como nas consultas para pessoas vivas, o sistema informa a instituição
responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para
quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor
esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como
valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Fontes de recursos
Também foram
incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano
passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas,
contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros
recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas
fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano
passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas
de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de
crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas
cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas
indevidamente.
Golpes
O Banco
Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que
alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. A
instituição ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos,
que não envia links, nem entra em contato para tratar sobre valores a receber
ou para confirmar dados pessoais.
O BC também
esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do
Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O banco também pede que
nenhum cidadão forneça senhas e destaca que ninguém está autorizado a fazer tal
tipo de pedido.
Edição:
Nádia Franco