Câmara aprova MP do Minha Casa Minha Vida; texto vai ao Senado
Câmara aprova MP do Minha Casa Minha Vida; texto vai ao Senado
MP editada pelo governo Lula perde validade se não for aprovada em definitivo até dia 14. Versão atual prevê participação de outros bancos, além da Caixa – o que não estava na MP original.
Por Beatriz Borges, g1 — Brasília 07/06/2023 11h19 - Atualizado há 18 minutos
A Câmara dos
Deputados aprovou nesta quarta-feira (7) a medida provisória do Minha Casa
Minha Vida. O texto vai ao Senado, e precisa ser votado até a noite do próximo
dia 14 para não perder validade.
As medidas
provisórias têm força de lei a partir da publicação no Diário Oficial da União
(DOU), mas precisam ser aprovadas em até 120 dias para não expirarem.
O texto
aprovado pela Câmara dos Deputados foi o relatório do deputado Fernando
Marangoni (União-SP).
A proposta
prevê reformas de imóveis inutilizados nas grandes cidades, o reajuste no valor
de obras já iniciadas e o incentivo à construção de unidades próximo a grandes
centros urbanos.
Operadores
O relator
incluiu na proposta dispositivos para descentralizar a operação do programa e
permitir a atuação de outros agentes. O objetivo, segundo Marangoni, é dar
agilidade às operações da iniciativa.
Para atender famílias enquadradas na Faixa 1, residentes em municípios com população igual ou inferior a 80 mil habitantes, o texto prevê, por exemplo, a habilitação de instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, inclusive bancos digitais, sociedades de crédito direto, cooperativas de crédito, órgãos federais, estaduais e municipais.
Para
participar da oferta pública, as instituições e agentes financeiros deverão
comprovar que possuem pessoal técnico especializado, próprio ou terceirizado,
nas áreas de engenharia civil, arquitetura, economia, administração, ciências
sociais, serviço social e jurídico.
Centros urbanos
A proposta
fixa entre as diretrizes do programa o estímulo a políticas fundiárias que
garantam a oferta de áreas urbanizadas para habitação, com localização, preço e
quantidade compatíveis com as diversas faixas de renda do mercado habitacional.
O texto diz
que o objetivo é priorizar a faixa de interesse social da localidade e com
localização que privilegie a integração com centros urbanos, de forma a não
prejudicar o nível do custo de vida e a segurança pública dos usuários.
Reajustes
A MP estabelece
que, nas obras realizadas no âmbito do Minha Casa Minha Vida, as medições pagas
pela contratante com atraso superior a 60 dias deverão ser reajustadas pelo
Índice Nacional da Construção Civil (INCC) do período.
Segundo o
texto, os contratos de construção das habitações também deverão prever uma
cláusula de reajuste pela variação do INCC tendo como termo inicial a
apresentação da proposta e termo final a efetiva assinatura dos
contratos”.
Prioridades
O texto da
MP também prevê prioridades para mulheres vítimas de violência doméstica e
familiar, povos tradicionais e quilombolas, além de famílias:
– que tenham
a mulher como responsável pela unidade familiar;
– que tenham
pessoas idosas, crianças, adolescentes e pessoas com câncer;
– em
situação de vulnerabilidade ou risco social;
– em
situação de emergência ou calamidade que tenham perdido a moradia em razão de
desastres naturais.
Reformas
Um dos
pontos da proposta aprovada estabelece que a União, por meio do Ministério das
Cidades e da Caixa Econômica Federal, é obrigada a repassar a estados e
municípios no mínimo 5% do total de recursos do programa destinados a reformas
para financiar:
– retomada
de obras paradas;
– obras de
retrofit ou requalificação;
– obras em
municípios de até 50 mil habitantes.
Para
receberem os recursos, municípios e estados deverão ter um órgão ou entidade da
administração descentralizada responsáveis pela execução das políticas públicas
de desenvolvimento urbano ou habitação.
Subsídios
O texto
prevê três subsídios para tentar levar moradias de baixa renda para áreas com
mais infraestrutura:
– o
“Verde”, destinado a projetos com uso de tecnologias sustentáveis e
ambientais.
– o de
Localização, para empreendimentos próximos a áreas urbanas e integrados ao
transporte público
– o de
Qualificação, para construções que incluam áreas comerciais.