Casamentos homoafetivos: Quantidade de registros aumentou quatro vezes em dez anos

Casamentos homoafetivos: quantidade de registros aumentou quatro vezes em dez anos

Permissão para a celebração de casamentos teve grande adesão desde 2013, mas ainda não é protegida por lei.





Por Bom Dia Brasil 17/05/2023 09h59 - Atualizado há 15 minutos

Há dez anos o Conselho Nacional de Justiça obrigou os cartórios nacionais a celebrar casamentos homoafetivos. A conquista é importante, pois garante direitos a quem se casa. Apesar disso, os casais ainda pedem que a união seja protegida por lei.

No período, o número de casamentos homoafetivos cresceu praticamente quatro vezes no Brasil – foram de 3.700 em 2013 para quase 13 mil até o fim do ano passado. No Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, os números apontam que já foram registrados 1.800 casamentos homoafetivos masculinos e 2.020 femininos apenas em 2023.

Uma das mudanças com o casamento é a alteração dos nomes. Algo que orgulha o casal Uebert e Gregory, que se casaram no cartório e agora têm o mesmo sobrenome.

“A gente chamava Uebert Roque de Souza e o meu nome de batismo é Gregory Rodrigues de Melo, bem diferente. Aí ficou Uebert Rodrigues Roque de Souza e Gregory Rodrigues Roque de Souza”, conta Gregory.

Para Uebert, a mudança não é apenas no nome e no documento, mas sim denota o caráter político da conquista.

“Além de ser um ato político, porque acaba tendo um significado político, de militância, pra mim tem um valor de dignidade, sabe? De poder, poder exercer meu direito como ser humano, de poder me casar, porque a gente quer ter sonhos, a gente tem planejamentos. Ter um filho, ter um casamento bacana, morrer com dignidade, poder ser como qualquer ser humano, exercer todos os direitos”, diz Uebert.

Agora, o que os noivos querem é que o que hoje é apenas uma permissão, passe a ser lei – atualmente o casamento homoafetivo garante direitos como plano de saúde, pensão por morte, pensão alimentícia no caso de separação, direitos sucessórios no caso da morte de uma pessoa, e herança.

“É motivo de orgulho pra gente, é motivo de comemoração, é motivo de celebração, só que, nós ainda vivemos um momento de insegurança jurídica porque o nosso direito de casar vem de uma decisão da Suprema Corte. Vem primeiro de uma jurisprudência, do reconhecimento das uniões entre pessoas do mesmo sexo como reconhecimento de entidade familiar, depois uma decisão do CNJ. Então nós ainda não temos uma lei, uma legislação que nos garanta esse direito”, argumenta Gregory. 

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