CCJ do Senado deve votar reforma tributária em outubro, prevê relator
CCJ do Senado deve votar reforma tributária em outubro, prevê relator
Parecer final deve ser apresentado no dia 27 de setembro.
Publicado em 16/08/2023 - 12:24 Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A reforma
tributária deve ser votada no dia 4 de outubro na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado. Essa é a previsão do plano de trabalho aprovado na CCJ
– por unanimidade – nesta quarta-feira (16), em Brasília. Pelo cronograma, o
parecer final do relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), deve ser apresentado
no dia 27 de setembro.
Até lá, o
relator previu a realização de oito audiências públicas divididas por temas. A
primeira delas – estimada para próxima terça-feira (22) – vai apresentar um
diagnóstico dos problemas do sistema tributário brasileiro e como a Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) lida com eles, relacionando-a com as melhores
práticas internacionais. Entre os convidados, figura o atual secretário
extraordinário da reforma tributária, do Ministério da Fazenda, Bernard
Appy.
As demais
audiências vão abordar os seguintes temas: Impacto (da reforma) no setor de
serviços; impacto na indústria; impacto no agronegócio e no cooperativismo;
regimes específicos e diferenciados; Impacto sob a ótica dos estados; e impacto
sob a ótica dos municípios.
Durante a
discussão do plano de trabalho, o senador Espiridião Amim (PP-SC) sugeriu a
necessidade de se discutir o Conselho Federativo. Previsto na PEC que chegou ao
Senado, o órgão ficaria responsável por fazer a gestão dos recursos do Imposto
Sobre Bens e Serviços (IBS). O IBS deve substituir tributos dos estados e
municípios.
Conselho Federativo
O relator da
matéria acolheu a sugestão e se comprometeu a realizar uma audiência pública
para discutir o tema. “Imaginava fazer esse debate nas audiências com relação
aos estados e municípios, mas podemos fazer uma audiência específica sobre o
Conselho Federativo”, informou.
Ao presentar
o plano de trabalho, o senador Eduardo Braga destacou que a reforma não deve
estimular a competição entre brasileiros.
“Estaremos
atentos para que a reforma tributária garanta o equilíbrio federativo e não
vire palco de uma disputa fraticida entre brasileiros. Afinal de contas,
queremos um Brasil igual para todos. Não vamos cair na armadilha de dividir os
brasileiros. Por isso, não abriremos mão de analisar minuciosamente cada artigo
da proposta, trabalharemos [usando] estudos técnicos do Ministério da Fazenda e
do Tribunal de Contas da União”, explicou.
Premissas
O relator
também enumerou nove premissas que irão embasar o parecer. A primeira delas é a
da neutralidade (não aumento de carga tributária).
Em seguida, estão
as de redução das desigualdades sociais e regionais; simplificação;
transparência; segurança jurídica; fortalecimento dos entes subnacionais e do
pacto federativo; e preservação da autonomia dos entes federados em relação à
fixação da alíquota.
Eduardo Braga acrescentou a premissa de limitar as excepcionalidades em relação a regimes tributários diferenciados “a partir de uma avaliação do custo benefício que leve em consideração parâmetros sociais, econômicos e tecnológicos”. O relator se refere aos regimes tributários diferentes do regular, como o do Simples Nacional ou a da Zona Franca de Manaus.
Além disso,
o parlamentar se comprometeu em manter a “estrutura original da PEC que chegou
ao Senado, em relação a não cumulatividade, tributação no destino, inclusão de
parâmetros ambientais, alíquota uniforme em todo o território nacional,
preservação do Simples Nacional e da Zona Franca de Manaus e, por fim, dos
fundos de compensação e de desenvolvimento regional, com os devidos
aperfeiçoamentos”.
Edição:
Kleber Sampaio