Ceni valoriza vitória, mas lamenta excesso de lesões no São Paulo: “Podemos render mais”
Ceni valoriza vitória, mas lamenta excesso de lesões no São Paulo: "Podemos render mais"
Técnico vê elenco curto, tem de promover até estreia contra o Santos, mas elogia ambiente do elenco e esforço dos jogadores em clássico.
Por José Edgar de Matos — São Paulo 12/02/2023 23h32 - Atualizado há 8 horas
O técnico
Rogério Ceni valorizou muito a vitória do São Paulo por 3 a 1sobre o Santos,
neste domingo, no Morumbi, em meio a um mar de lesões no elenco.
O São Paulo
começou o jogo sem 12 jogadores à disposição, já contando Rodrigo Nestor e
David, os últimos da lista. Além disso, durante o clássico, ainda teve
preocupações com Alan Franco, Welington e Orejuela, que têm dores e serão
reavaliados durante a semana. Para Ceni, são fatores que dificultam uma melhor
sequência do Tricolor.
– Quando
tenho todos, como no jogo contra o Palmeiras, contra uma equipe grande, fizemos
bom jogo. Quando não temos à disposição, fica difícil. Eu peço características
de jogadores, e a direção traz o jogador com a característica que eu preciso.
Assim é montado o elenco. Quando pede jogadores que são importantíssimos para o
teu sistema, as vezes não consegue jogar, improvisar. Nathan fez dois treinos e
jogou. Belem subiu agora e precisou jogar. Estou satisfeito com o empenho e
dedicação, e lamento as lesões. Amanhã podem ser 15 ou 16 fora, isso foge do
controle, ai se torna mais difícil. Pelo que precisa de resultado.
– No geral,
podemos render mais, mas para render temos que ter todos aptos a treinar.
Teremos concorrência maior, qualidade maior. Sem isso, Calleri tem que jogar
dois, três jogos, e corre risco de lesão. Vai correr risco de lesão, a falta de
sorte que tivemos foi ter muitos jogadores lesionados – destacou Ceni.
Neste
domingo, por exemplo, o técnico teve de promover a estreia do garoto Matheus
Belém, único zagueiro que estava à disposição no banco de reservas, mesmo sem
sentir que o garoto de 19 anos estava 100% apto.
– Se
tivermos os jogadores do departamento médico com chance de treinar, vamos ter
um time mais compacto, completo, time que vai entregar mais. Se não
recuperarmos, a tendência é que oscile mais. Se Welington machucar, fica com
jogador improvisado. Terminamos o jogo com Caio Paulista, Belém, Beraldo e
Nathan. Defesa nova e que nunca treinou junta, é normal ter oscilação. Se tiver
Diego, Arboleda de volta, junto com Alan e Beraldo, tenho como treinar. Não
consigo treinar a defesa.
– Amanhã
tenho um zagueiro para treinar, o Belém. Pelo número de lesionados, não temos
como treinar. Não conseguimos. Se eu tiver oito jogadores para trabalhar amanhã
é muito. (…) É o elenco que nós temos. Não dá para trabalhar muito, tem que
tentar classificar primeiro e recuperar jogadores. Obtendo a classificação,
temos que ter o time mais inteiro. Se não tivermos o time mais inteiro, a
chance de não conseguir passar é maior. Foi importante a vitória, a briga pela
segunda posição, decidir a semifinal no seu domínio, é importante.
Agora, o São
Paulo volta a campo na quarta-feira, quando recebe a Inter de Limeira no
Morumbi, às 21h35 (de Brasília), pela 9ª rodada do Paulistão.
Veja outras
respostas de Rogério Ceni:
Mais
sobre lesões
– Temos uma
dupla de zaga, os dois zagueiros jogam todos os jogos. Alan tirei porque a
perna estava pesada, preferi não arriscar. (…) Para contatar jogador do dia
para noite, não é tão simples. Quase todos os jogos, Araraquara encharcado,
hoje encharcado de novo. Corinthians também. Estamos jogando em campos pesados
e com poucas trocas. Linha de defesa temos poucas trocas. Vamos ter no ataque.
Tendência é de que as lesões aumentem. Precisamos ganhar quarta, se repetir os jogadores,
mais lesões vão acontecer.
Força da
torcida
– Lembro de
jogar para 300, 900 pagantes. Estou falando de 20 anos atrás, nem chegamos no
Cilinho. O pós-pandemia mudou. As pessoas perderam esse contato, as pessoas
aproveitam mais, desfrutam mais. Momento difícil aproxima o torcedor do time. O
momento que ganha sempre, chama a atenção. Antigamente, jogava clássico com 15
mil pessoas, 12 mil, em horários ruins como hoje, com chuva. Essa relação mesmo
na dificuldade, no momento difícil do clube, foi talvez o maior ganho que o
clube teve. Os caras estão ali e é reconhecimento que temos.
– Não conseguimos às vezes entregar o que esperam, vem dificuldade de formação de elenco, dificuldades. Torcedor vem sendo parceiro nosso. Tem sido o maior ganho a presença do torcedor, em jogos que não têm tanto valor em um campeonato regional, ele está aqui e firme, forte.
Relação
com elenco
– São caras
que gosto muito de trabalhar. É um grupo tranquilo. O grupo em comportamento é
muito bom. Quando perde, o ambiente é sempre bom, todo mundo fica chateado,
claro. Com raríssimas exceções, não vai estar com a cara tão boa de quem jogou.
Gabriel Neves estava no vestiário, disse que estava triste por não escalá-lo.
Nada pode se sobrepor à alegria do grupo e ao resultado. Não pode jogador sair
chateado com a vitória. Tem que cada um dar sua colaboração.
– Existe
essa rotação. Espero arrumar uma vaga para o Neves no próximo jogo. É natural
ter alguém mais insatisfeito. Nenhuma insatisfação pode se sobrepor a alegria
de uma conquista. A grande maioria do elenco é ótima, são bons meninos.
Ferraresi está lá todos os dias, brinco com ele todo dia se não vai voltar para
quarta. Esse ambiente é bom. Ele optou por esses amigos próximos, que não deixa
de estar junto com ele. Mesmo lesionado tem sido um cara alegre e que agrega
bastante ao grupo.