Cessar-fogo é uma vitória para o Hezbollah, diz chefe do grupo extremista
Cessar-fogo é uma vitória para o Hezbollah, diz chefe do grupo extremista
Naim Qassem disse ainda que vai cooperar com tropas libanesas, que vão monitorar o sul do Líbano, de onde o grupo extremista e Israel devem se retirar. Foi a 1ª vez que o comandante-geral do Hezbollah falou após trégua ser anunciada.
Por Redação g1
O
comandante-geral do Hezbollah, Naim Qassem, disse considerar o acordo de
cessar-fogo nos conflitos no Líbano alcançado com Israel uma vitória para o
grupo extremista.
“Olhem
a imagem de alegria e felicidade de quem está voltando para a casa no Líbano e
a tristeza e o estado de desespero no lado inimigo, onde as pessoas não
voltaram para casa. Por todos os lados você vê a derrota de Israel”, disse
Qassem, em pronunciamento emitido por TVs libaneses.
Esta foi a
primeira vez que Qassem se pronunciou desde que o cessar-fogo entre as duas
partes foi anunciado, no início desta semana.
Após dois
meses de conflito no Líbano, Israel e o Hezbollah chegaram nesta semana a um
acordo para um cessar-fogo. Pelo acordo, ambos os lados se retirarão do sul do
Líbano, a região que faz fronteira com Israel e que é reduto do Hezbollah.
Tropas do próprio Exército libanês e da ONU serão responsáveis pela segurança
da região, com supervisão dos Estados Unidos e da França, que mediaram as
negociações.
No
pronunciamento, Qassem afirmou que, apesar do cessar-fogo, as atividades do
grupo extremista, fundado com o objetivo de lutar contra Israel, não vão
cessar. Ele disse que o Hezbollah seguirá apoiando a Palestina em diferentes
frentes — desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o Hezbollah vem lançando
foguetes contra o norte de Israel em apoio ao Hamas. Ambos os grupos são
financiados pelo Irã.
“Nosso
apoio à Palestina não vai parar, vai continuar de várias formas. A libertação,
para nós, ainda é um objetivo, que pode ser alcançando de várias
maneiras”, disse Qassem, que afirmou ainda ter achado a vitória do
Hezbollah “maior que a de 2006 (quando houve a última guerra entre Israel
e o Hezbollah)”.
Qassem
detalhou algumas das atividades às quais o Hezbollah se dedicará durante o
período de cessar-fogo, entre elas:
– Ajudar
população do sul do Líbano a reconstruir vilarejos e regiões atingidas por
bombardeios;
– Focar na
eleição de um novo presidente no Líbano, que ocorrerá em 9 de janeiro;
– Reorganização
para voltar a atuar contra Israel;
– Ajudas o
Líbano a reestruturar Forças Armadas.
Nova
violação do acordo
Também nesta
sexta, o Exército israelense disse que bombardeou um lançador de foguetes do
Hezbollah no sul do Líbano. O acordo de cessar-fogo previa que nenhuma das
partes faria ofensivas na região durate os 60 dias que durarão a trégua.
“Há
pouco foram detectadas atividades terroristas e o deslocamento de um lançador
de foguetes portátil do Hezbollah no sul do Líbano. A ameaça foi frustrada por
um ataque (da Força Aérea israelense)”, afirmou o Exército israelense em
comunicado.
Esta foi a
segunda vez, em apenas dois dias em que a trégua está em vigor, que Israel
violou o acordo. O governo israelense nega a violação e afirma que estava
apenas se defendendo de movimentações ilegais do Hezbollah.
O texto do
acordo de cessar-fogo prevê também que Israel pode reagir caso detecte
movimentação do Hezbollah na área, um ponto o texto que foi criticado por
especialistas.