Cheia histórica atingiu mais da metade dos bairros de Porto Alegre e afetou 157 mil moradores, diz levantamento da prefeitura
Cheia histórica atingiu mais da metade dos bairros de Porto Alegre e afetou 157 mil moradores, diz levantamento da prefeitura
População das regiões do Sarandi, Menino Deus e Farrapos são as mais atingidas, segundo mapeamento.
Por Pedro Trindade, g1 RS
As enchentes
que castigaram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e a primeira quinzena
de maio atingiram mais da metade dos bairros de Porto Alegre e afetaram 157 mil
moradores da Capital. Os dados foram compilados a partir de um levantamento da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
Os bairros
mais afetados estão localizados próximos à orla do Guaíba, na Zona Sul, ou no
limite de cidades vizinhas e que foram castigadas pelas inundações, na Zona
Norte. Também há registros de transtornos aos moradores da região central.
Segundo atualização da manhã desta quarta-feira (15), 13,8 mil pessoas estão em
abrigos.
De acordo com o mapeamento da prefeitura, as populações dos bairros Sarandi, Menino Deus e Farrapos são as que registram o maior número de atingidos. O relatório levou em consideração o pico de 5,35 m que o lago Guaíba atingiu.
O painel
também traz dados sobre edificações atingidas. São 160 escolas que sofreram
algum transtorno, como alagamentos ou danos na estrutura . Outras 22 unidades
de saúde, dois hospitais, três farmácias populares e quatro clínicas da família
também registraram prejuízos com o avanço das águas.
O aeroporto
está fechado desde a última sexta-feira (3) devido à elevação das águas do
Guaíba. Na terça (14), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a
suspensão da comercialização de passagens aéreas para voos de origem e destino
ao Salgado Filho. O terminal deve reabrir apenas em setembro.
Outros
pontos tradicionais de Porto Alegre também registraram alagamentos, como a
prefeitura, a rodoviária, o Mercado Público, a Arena do Grêmio e o Estádio
Beira-Rio.
O Instituto
de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) sinaliza que o Guaíba atingiu o nível máximo de 5,25 metros na
terça-feira (14) e que a tendência é que, agora, ele baixe – de forma lenta e
gradual.
Corredor
humanitário
O corredor
humanitário, construído de forma emergencial para acesso alternativo à Capital,
está sendo ampliado em 300 metros do outro lado da pista, na região da
rodoviária da cidade. A ampliação vai permitir com que veículos de emergência
circulem tanto para ingressar quanto para sair do Centro Histórico com maior
facilidade. Atualmente, os dois sentidos funcionam na mesma pista.
Desde que
começou a operar, na sexta-feira (10), o trecho registra tráfego médio de 100
veículos por hora. O caminho foi estruturado para agilizar o abastecimento dos
serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de
emergência. O trajeto liga a área central de Porto Alegre, pelo Túnel da
Conceição, à Avenida Castelo Branco e à BR-290 (Freeway).