Com chuvas mais escassas no interior do país, outono começa hoje
Com chuvas mais escassas no interior do país, outono começa hoje
Centro-Oeste terá chuvas ficar perto da média em Mato Grosso.
Publicado em 20/03/2023 - 08:15 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O outono de
2023 tem início às 18h25 (horário de Brasília) desta segunda-feira (20). A
estação é marcada por temperaturas mais amenas e, neste período, as chuvas são
mais escassas no interior do Brasil, especialmente, no semiárido nordestino.
“É uma estação
considerada de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco,
principalmente no Brasil Central”, explicou o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), em comunicado.
Acrescentou
que, já na parte norte das regiões Nordeste e Norte, o outono ainda é época de
muita chuva, principalmente se houver a persistência da Zona de Convergência
Intertropical mais ao sul de sua posição climatológica para o período. Essa
zona é a área onde convergem os ventos alísios, que sopram dos trópicos para a
região da Linha do Equador e que, por serem muitos úmidos, provocam chuvas
nesses arredores.
No outro
extremo, o outono também é caracterizado por entradas de massas de ar frio
vindas do sul do continente, que provocam a queda das temperaturas do ar, principalmente,
na Região Sul e em parte da Região Sudeste.
“Vale destacar ainda que, durante a estação, é possível observar as primeiras formações de fenômenos adversos, como nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas regiões Sul e Sudeste e no Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul, e friagem no sul da Região Norte e nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e até no sul de Goiás”, explicou o Inmet.
O início e o
fim das estações estão associados aos fenômenos astronômicos chamados
solstícios (verão e inverno) e equinócios (primavera e outono), que são
definidos pela posição da Terra em sua órbita em torno do Sol, bem como pela
inclinação do eixo de rotação em relação à órbita.
No dia 20 de
março ocorre o equinócio de outono no hemisfério sul, época em que a duração do
dia é aproximadamente igual à duração da noite, o mesmo que acontece no
equinócio da primavera.
Com o passar
do tempo, os dias vão ficando menores e as noites maiores até o solstício de
inverno que será no dia 21 de junho, às 11h58 (hora legal de Brasília), quando,
então, se encerra o outono e começa o inverno. Já no solstício de verão o, dia
tem o seu maior pico de duração em todo o ano.
La Ninã
Segundo o
Inmet, o fenômeno La Niña vem perdendo intensidade e as previsões indicam uma
transição para a normalidade e posterior formação do El Niño entre o final do
outono e início do inverno. O La Ninã tem contribuído para a ocorrência de
chuvas mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste, bem como a escassez de
chuvas na Região Sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, durante esse
verão que se encerra.
Ele é um
fenômeno climático causado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano
Pacífico, que banham o Oeste da América do Sul, no Chile, Peru, Equador e
Colômbia. Esse resfriamento altera a circulação atmosférica tropical e impacta
nas temperaturas e na quantidade de chuvas em todo o mundo. Já o El Niño é a
fase quente do fenômeno.
Previsão
por região
A previsão
para o outono na Região Norte indica que as chuvas deverão permanecer acima da
média climatológica, com volumes que podem ultrapassar 800 milímetros,
principalmente em áreas do nordeste do Pará e noroeste do Amazonas devido à
persistência de dias chuvosos.
Já no sul do
Pará, as probabilidades indicam chuvas ligeiramente abaixo da média. A previsão
do Inmet também indica o predomínio de temperaturas próximas e ligeiramente
acima da média em grande parte da Região Norte, com valores que podem
ultrapassar os 26ºC.
No Nordeste,
a previsão para o próximo trimestre indica chuvas acima da média em grande
parte da região, sendo que, entre os meses de abril e maio, as chuvas deverão
persistir em áreas mais ao norte devido à permanência da Zona de Convergência
Intertropical.
Além disso, as águas mais quentes próximas à costa nordestina aumentam as chances de chuvas até o final do outono. No leste da região, normalmente as chuvas superam os 400 milímetros no trimestre com o início do período chuvoso. As temperaturas permanecerão próximas à média, desde a costa do Maranhão até Alagoas, entretanto, no interior do nordeste, a previsão é de temperaturas mais elevadas.
Na Região
Centro-Oeste, as chuvas deverão ficar próximas ou acima da média climatológica
em Mato Grosso e extremo norte de Mato Grosso do Sul. Nas demais áreas, deverão
variar entre próximas ou abaixo da média. O Inmet ressalta que, a partir do mês
de maio, começa o período seco na parte central do país e as temperaturas
deverão ser acima da média em toda região, principalmente no norte de Goiás,
onde as temperaturas podem ser superiores a 24ºC.
No Sudeste,
a previsão indica volumes de chuva abaixo da média nesse outono. Assim como na
Região Centro-Oeste, normalmente existe uma redução das chuvas sobre esta
região à medida que se aproxima do inverno, dando início ao período seco. A
temperatura média do ar deverá prevalecer próxima e ligeiramente acima da
climatologia do período, porém, não se descarta a possibilidade da entrada de
massas de ar frio que poderão diminuir as temperaturas em alguns dias nas
localidades de maior altitude, a partir do mês de maio.
Frentes
frias
Já no Sul do
país, o prognóstico indica chuvas abaixo da média em grande parte do Paraná e
Santa Catarina, exceto no leste destes estados, onde as chuvas podem ser
próximas da média, por causa da passagem de frentes frias.
Meteorologistas
destacam a previsão do retorno das chuvas mais frequentes sobre o Rio Grande do
Sul, devido ao enfraquecimento do fenômeno La Niña, “que assolou por três anos
consecutivos o estado, causando escassez de chuvas”.
A
temperatura do ar na Região Sul deverá prevalecer acima da climatologia do
período, porém, não está descartada a possibilidade de geadas, principalmente
em áreas serranas, à medida que se aproxima do inverno. Na costa da região, as
chuvas poderão amenizar as temperaturas.
Edição:
Kleber Sampaio