Com sétima onda de calor do ano, máximas podem superar os 40°C nesta terça

Com sétima onda de calor do ano, máximas podem superar os 40°C nesta terça

Fenômeno vai elevar temperaturas em quase todo o Brasil nesta semana. Centro-Sul do país deve ser a região mais atingida, com marcas muito elevadas pelo menos até sexta-feira (27).


Por Júlia Carvalho, g1

Uma nova onda de calor que começou na segunda-feira (23) deve elevar as temperaturas em quase todo o Brasil ao menos até a próxima sexta (27). Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem ser a regiões mais atingidas.

Segundo a Climatempo, essa é a sétima onda de calor que o país enfrenta no ano. O bloqueio atmosférico deve se estabelecer na região central do Brasil, intensificando a massa de ar quente e impedindo a formação das nuvens de chuva.

“Essa onda de calor deve ir até o dia 27, pelo menos. Depois disso, o calor deve ficar restrito a menos lugares, como no Centro-Oeste”, prevê Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

Como aconteceu nas últimas ondas de calor, as capitais do Centro-Oeste devem registrar a maiores temperaturas. A previsão é que a máxima chegue a 42°C em Cuiabá e 40°C e Campo Grande.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, sudoeste de Minas Gerais, sul de Goiás, Mato Grosso do Sul, sudoestes de Mato Grosso, Rondônia, sul do Amazonas e leste do Acre devem ter temperaturas 5ºC acima da média.

🥵Luengo ainda comenta que alguns recordes pontuais de calor podem ser batidos até o fim da semana. Em São Paulo, por exemplo, a maior máxima do ano, registrada no dia 16 de março, foi de 34,7°C. “Até quinta, podemos igualar ou bater esse recorde”, afirma.

🔥As altas temperaturas previstas elevam o alerta para as queimadas, que já vêm devastando diversas regiões no país. A combinação de tempo seco e calor extremo pode favorecer novos focos de incêndio.

 

Temporais no Rio Grande do Sul

Apesar da previsão de calor para boa parte do país, o Rio Grande do Sul segue em alerta para os temporais volumosos na região.

O sul e centro-sul do estado devem ser os locais mais atingidos, com um tempo instável que deve durar até o fim da semana. Campanha da Gaúcha e regiões próximas à fronteira com o Uruguai podem ter acumulados de até 300 milímetros de chuva até sexta-feira.

Segundo o Inmet, há grande risco de alagamentos, transbordamentos de rios e deslizes de encostas por causa dos temporais na região.

A nova massa de ar quente que se instalou sobre a faixa central do país dificulta que as chuvas avancem para o interior, fazendo com que a chuva se concentre no Rio Grande do Sul.

 

Previsão para a primavera

A nova onda de calor vai de encontro ao previsto para a primavera, que começou oficialmente no domingo (22).

 

🌺Segundo os meteorologistas, o início da primavera ainda deve ser de calor, com expectativa de novas ondas de calor ao menos até a primeira quinzena de outubro.

A tendência é que as temperaturas voltem para um padrão mais próximo da normalidade ao longo da estação.

🏵De acordo com a Climatempo, as principais tendências para a primavera são:

 

Ainda no início da primavera, a tendência é de temperaturas altas, bem acima da média. Mas, a média que os meses avançam, o esperado é que os desvios de temperaturas se normalizem.

“Até dezembro ainda tem uma boa condição para temperaturas acima da média. A diferença é que não vai ser tão extremo, como foi no ano passado, por exemplo”, explica Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.

Segundo o meteorologista, é bem improvável que grandes ondas de calor aconteçam nos meses de novembro e dezembro, como aconteceu em 2023.

Boa parte do Centro-Norte e algumas regiões de São Paulo, Paraná e Minas Gerais devem registrar marcas acima da média, principalmente entre outubro e novembro.

Já em dezembro, as temperaturas devem ficar bem mais próximas da normalidade, situação muito diferente do observado no ano passado.

 

Volta das chuvas regulares

Ao longo da estação, a previsão é que as chuvas voltem a cair sobre o país de forma mais regular.

Esse retorno deve contribuir para que as ondas de calor se limitem às áreas do Centro-Norte. Assim, somente a região entre Pará, Tocantins, parte do Nordeste e norte de Goiás devem ter ondas de calor ao longo também de novembro.

“Também diferente do que tivemos no ano passado, devemos ter o retorno mais antecipado das chuvas na maior parte do Brasil, já em novembro”, projeta Lucyrio.

A tendência é que os volumes superem a média em várias partes do Centro-Sul. No Norte, a chuva deve demorar um pouco mais para retornar e para que os acumulados sejam mais significativos.

Dezembro deve ser marcado pelas pancadas de chuva já mais típicas de verão, com a região Sul um pouco mais seca do que o normal – já sob o efeito do La Niña.

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