Com viagem à China, Lula busca ampliar relações e marcar nova fase da política externa brasileira
Com viagem à China, Lula busca ampliar relações e marcar nova fase da política externa brasileira
Presidente viajará no fim da semana para visita ao maior parceiro comercial do Brasil. Lula vai levar centenas de empresários e também políticos; na agenda, reunião com o presidente Xi Jinping.
Por Pedro Henrique Gomes, Guilherme Mazui e Filipe Matoso, g1 — Brasília - 21/03/2023 04h00 - Atualizado há 5 horas
A viagem do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, no fim de semana, representa ao
mesmo tempo uma busca por ampliação das relações comerciais e também a
consolidação da estratégia da política externa do governo.
Ao vencer as
eleições, no discurso da vitória, Lula dedicou grande parte do tempo para falar
de relações internacionais e que uma de suas prioridades seria “recolocar
o Brasil no mundo”. Lula fazia referência ao que considera o
“isolacionismo” de seu antecessor, Jair Bolsonaro, no cenário
externo.
Os três
maiores parceiros comerciais do Brasil são China, Estados Unidos e Argentina.
EUA e Argentina já foram visitados por Lula. Com a ida à China, ele terá
cumprido agenda oficial nos três maiores parceiros nos três primeiros meses de
governo.
Além disso,
Lula recebeu o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Brasília. Lula também foi ao
Uruguai, logo após a ida à Argentina, em viagem para tratar das intenções do
país sul-americano de negociar acordos comerciais fora do Mercosul.
Conversa
com Xi Jinping
A China é o
maior parceiro comercial do Brasil. A viagem é um convite do presidente Xi
Jinping a Lula.
As conversas
entre Xi e Lula devem tratar de temas que vão desde a guerra entre Rússia e
Ucrânia, questões comerciais e de governança global e a promoção de produtos
brasileiros no mercado chinês.
Apesar de o
Brasil não estar diretamente envolvido no conflito, Lula já disse publicamente
que conversará com Xi Jinping sobre o papel da China na resolução da guerra. O
presidente brasileiro defende que o país asiático seja um dos líderes de um
grupo de países para buscar uma solução diplomática para a guerra entre os dois
países.
Agenda
Além da
reunião com Xi Jinping, Lula também vai encontrar em Pequim:
– o
primeiro-ministro da China, Li Qiang;
– o
presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji.
Além disso,
o presidente brasileiro também irá a Xangai, na costa do mar oriental do país,
para visitar a sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Lula trabalha para
que a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff assuma o comando do banco,
conhecido como Banco dos Brics — bloco de países em desenvolvimento formado
por Brasil, China, Índia, África do Sul e Rússia.