Comércio varejista tem queda de 1% em maio
Comércio varejista tem queda de 1% em maio
Setor acumula alta de 1,3% no ano e de 0,8% em 12 meses, diz IBGE.
Publicado em 14/07/2023 - 09:54 Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O volume de
vendas do comércio varejista apresentou queda de 1% em maio deste ano, na
comparação com abril. Esse é o segundo recuo consecutivo do indicador, que já
havia caído 0,1% em abril. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) foi divulgada
nesta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
Também houve
retração de 1% na comparação com maio do ano passado. Ao mesmo tempo, o setor
acumula altas de 1,3% no ano e de 0,8% em 12 meses.
A queda de
abril para maio foi puxada por quatro das oito atividades pesquisadas: tecidos,
vestuário e calçados (-3,3%), hiper, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo (-3,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e
móveis e eletrodomésticos (-0,7%).
No entanto,
quatro atividades tiveram crescimento: artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos e de perfumaria (2,3%), livros, jornais, revistas e papelaria
(1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para
escritório, informática e comunicação (1,1%).
A receita
nominal apresentou queda de 2,1% de abril para maio, mas teve altas de 0,3% na
comparação com maio de 2022, 5,5% no acumulado do ano e de 9,6% no acumulado de
12 meses.
Varejo ampliado
O varejo ampliado, que também analisa os setores de materiais de construção e venda de veículos e peças, teve recujo de 1,1% de abril para maio. O setor de veículos, motos, partes e peças cresceu 2,1%, mas os materiais de construção recuaram 0,9%.
O segmento
teve altas de 3% na comparação com maio, de 3,1% no acumulado do ano e de 0,2%
no acumulado de 12 meses. Já a receita nominal caiu 0,6% na comparação com
abril e cresceu 5,7% na comparação com maio de 2022, 8,3% no acumulado do ano e
9,4% no acumulado de 12 meses.
Crédito
Segundo o gerente
da pesquisa, Cristiano Santos, uma das explicações possíveis para a queda do
volume de vendas do varejo de abril para maio é a redução do crédito para as
famílias. “Algo que tem inibido bastante o consumo é o fato de o crédito para
pessoa física continuar caindo. Esse é o principal componente que influencia
esse resultado negativo”.
Ele explica
que a principal queda – registrada pelo setor de alimentos e bebidas – pode ter
relação tanto com o crédito quanto com a questão da disponibilidade de renda
para a compra desses itens.
“Tem a visão
da escolha. Se você precisa dar um presente [como o de Dia das Mães] ou coisa
assim, diminui sua receita para você comprar outras coisas”, argumenta.
Além disso,
a queda da atividade veio depois de uma alta de 3,6% em abril, o que aumenta a
base de comparação para as vendas do mês seguinte.
Em relação
às quedas nas vendas dos setores de vestuário e de outros artigos de uso
pessoal, que poderiam ter sido impulsionadas pelo Dia da Mães, também além do
crédito, há o fechamento de lojas físicas, que podem ter impactado o comércio.
“Nesses setores, há o componente de experimentar o produto [nas lojas físicas],
que sempre foi fundamental”, finaliza.
* Matéria
alterada às 10h16 para acréscimo de informações.
Edição:
Kleber Sampaio