Congresso instalará comissões para analisar medidas provisórias
Congresso instalará comissões para analisar medidas provisórias
Ritmo de tramitação de MPs pode ser novo teste de governabilidade.
Publicado em 13/06/2023 - 07:32 Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Em novo
teste de governabilidade para o Executivo, o Congresso Nacional deve instalar
mais cinco comissões mistas nesta terça-feira (13) para analisar medidas
provisórias (MPs) enviadas pelo governo federal. As reuniões estão previstas
para as 14h30, quando devem ser eleitos os presidentes de cada comissão mista.
Entre as
MPs, estão a que elevou o valor salário mínimo, a que reajustou o salário dos
servidores do Executivo e a que ampliou a faixa de isenção do Imposto de
Renda.
Depois das
dificuldades para aprovação das primeiras medidas provisórias, como a da
reestruturação dos ministérios, existe a expectativa sobre a tramitação das
mais recentes, se ocorrerá de forma mais previsível e segura para o governo
federal.
Para o
professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Luís Felipe
Miguel, coordenador do Demodê – Grupo de Pesquisa sobre Democracia e
Desigualdades, a tática usada nos primeiros governos Lula para ter governabilidade
perdeu força diante do fortalecimento do Legislativo frente ao Executivo nos
últimos anos.
“Ficou claro, quando vemos as declarações de chefes de partidos da direita do centrão — União Brasil, PSD, PP, Republicanos – de que não estão dispostos a fechar uma base parlamentar em troca de espaço no governo. Eles querem esse espaço sem se comprometer com apoio parlamentar permanente”, disse o professor à Agência Brasil, De acordo com Luís Felipe Miguel, o governo ainda não alcançou a estabilidade política no Parlamento.
“Como não
houve mudança significativa na relação desses partidos com o governo, não está
descartado que eles resolvam escolher uma dessas medidas que estão sendo
analisadas para fazer outra demonstração de força”, completou o professor.
As
Medidas Provisórias
A MP
1.170/23 estabeleceu o reajuste linear de 9% para todos os servidores federais
civis, incluindo aposentados e pensionistas, a partir de 1º de maio de 2023.
Além disso, aumentou o auxílio-alimentação em 43%. O reajuste resultou de
acordo entre governo e mais de 100 entidades representativas dos trabalhadores.
A MP 1.171/23
isentou do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), a partir de maio de
2023, quem recebe até R$ 2.112 por mês. Até então, só não pagava IRPF quem
recebia até R$ 1.903,98 por mês. Com um desconto adicional de R$ 528 sobre os
valores retidos na fonte, a isenção chega a R$ 2.640, o que corresponde a dois
salários mínimos de R$ 1.320.
A MP
1.172/23 elevou o salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de maio de
2023. No Brasil, o salário mínimo é referência para cerca de 60,3 milhões de
trabalhadores e aposentados.
A MP
1.173/23 prorrogou, por mais um pano, o
prazo para regulamentação, pelo Poder Executivo, dos programas de alimentação
do trabalhador. Em 2022, o Congresso Nacional aprovou a Lei 14.442,
determinando que o auxílio-alimentação seja usado apenas para pagamento em
restaurantes e similares. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, ainda não
houve tempo para regulamentar a questão devido à sua complexidade.
A MP
1.174/23 cria o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de
Engenharia Destinados à Educação Básica. O programa prevê a liberação de R$ 4
bilhões até 2026 para conclusão de mais de 3,5 mil obras escolares inacabadas.
Edição:
Nádia Franco