Conmebol crê em eficácia de multas mais altas contra racismo, mas não descarta punições esportivas
Conmebol crê em eficácia de multas mais altas contra racismo, mas não descarta punições esportivas
Diretor de competições, Fred Nantes afirma que confederação sul-americana será intolerante com novos casos. Dirigente diz que Maracanã de novo na final da Libertadores foi por "dívida" com o Brasil.
Por Raphael Sibilla e Raphael Zarko — Assunção, Paraguai 29/03/2023 04h00 - Atualizado há 6 horas
A multa de mais de R$ 500 mil ao Carabobo, time venezuelano que enfrentou o Atlético-MG, vai virar regra na Conmebol caso atos racistas se repitam. É o que garante o diretor de competições da Conmebol, Frederico Nantes.
Ele espera que a punição no bolso dos clubes sirva para mudança de comportamento e não descarta punições esportivas, como perda de pontos. O gaúcho Fred Nantes falou ao ge sobre os desafios de organizar competições continentais – cheio de problemas sociais e políticos que levaram a desmarcações, adiamentos e incertezas em jogos decisivos – e também da decisão de voltar ao Maracanã, agora com público total, para a final da Libertadores de 2022.
Fred Nantes: A Conmebol é intolerante em casos de racismo. Isso é uma decisão do conselho da Conmebol que é formada pelo presidente e pelos presidentes das 10 associações nacionais. Então, o conselho da Comnebol tomou a decisão de ser muito mais duro nos casos de racismo. Não existe mais espaço para racismo no futebol Sul-Americano. Pelo menos nas competições internacionais. Isso foi uma decisão no final do ano passado. E a gente espera ver esses resultados (de diminuição de casos), principalmente, agora que temos 32 jogos por semana na fase de grupos.
ge: A CBF alterou regulamento com previsão de perda de pontos. Existe essa possibilidade em competições Conmebol?
– Existem várias coisas que podem ser feitas em casos de racismo, como multa, fechamento parcial ou total do estádio. Mas não está descartada punições desportivas.
ge: Nos últimos anos aconteceram problemas logísticos, políticos e sociais para adiamentos de jogos ou até transferências de sedes. Como a Conmebol trabalha essas questões?
– Cada um dos 10 países da América do Sul tem os seus defeitos. Não existe um lugar que esteja tudo pronto, tudo fácil para organizar a competição. O futebol é uma ferramenta que ajuda a resolver alguns problemas. Com o apoio das associações locais a gente organiza isso nos diversos países. A gente tem que seguir isso com os desafios inerentes à América do Sul.
ge: Como foi tomada essa decisão de retornar ao Maracanã, três anos depois da final entre Palmeiras e Santos no estádio?
– Existem vários fatores (na escolha do Maracanã). Tem a infraestrutura do estádio, mas também uma dívida do presidente (da Conmebol) Alejandro Domínguez. Ele disse que a gente voltaria a fazer uma final lá, mas com público. Já que na final de 2020 não foi posível ter público. É um estádio icônico e com decisões de mundiais em sua história.