Consumidores de energia já pagaram R$ 25,8 bilhões em subsídios neste ano
Consumidores de energia já pagaram R$ 25,8 bilhões em subsídios neste ano
Por Jéssica Sant'Ana, g1 — Brasília 29/11/2022 11h06 Atualizado há 7 minutos
A Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) informou nesta terça-feira (29) que os
consumidores de energia já pagaram R$ 25,86 bilhões em subsídios de janeiro até
novembro deste ano.
O valor é
pago através da tarifa de energia elétrica, ou seja, da conta de luz. O
montante pago equivale a 12,59% da tarifa média paga pelas residências no país.
Os dados
foram reunidos pela agência num painel on-line chamado de
“Subsidiômetro”, uma ferramenta que detalha os subsídios pagos pelo
consumidor de energia.
“O
objetivo desse projeto é possibilitar que o consumidor conheça os subsídios
embutidos na conta de energia elétrica, os quais no seu valor final, e decidir
se estes benefícios compensam os valores pagos na fatura”, afirmou o
diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.
“Consumidor
também deve conhecer quem se beneficia desses valores”, completou. “A
conta de energia elétrica não pode ser encarada como fonte infinita de
financiamento de políticas públicas”, finalizou o diretor-geral.
Exemplos
de subsídios
Ainda
segundo os dados da Aneel, os subsídios que mais custam ao consumidor são:
Conta de
Consumo de Combustíveis (CCC), que subsidia a geração elétrica para locais
isolados, normalmente fornecida por termelétricas. O custo de janeiro a
novembro deste ano foi de R$ 8,94 bilhões;
Fontes
Incentivadas de Energia, subsídio pago pelos consumidores para incentivar
fontes limpas de energia. O custo até novembro foi de R$ 6,93 bilhões;
Tarifa
Social de Energia Elétrica, programa que oferece desconto na conta de luz a
consumidores de baixa renda. Custo acumulado neste ano de R$ 3,38 bilhões;
Geração
distribuída, ou seja, subsídio pago pelos consumidores de energia para
financiar quem gera a própria energia, como quem tem painel solar em casa.
Custo acumulado de R$ 2,23 bilhões;
Irrigação e
aquicultura, ao custo de R$ 1,13 bilhão.
Outros
subsídios que impactam a tarifa são os para os consumidores rurais, para
universalização do sistema elétrico, para carvão e óleo combustível, para
distribuidoras de pequeno porte e para os serviços de água, esgoto e
saneamento.
Revisão
dos subsídios
Em nota, a
Aneel afirma que o impacto dos subsídios na tarifa de energia elétrica tem
“sido crescente e com fortes pressões para continuar aumentando”.
Em 2018,
quando começa a série histórica da Aneel, o valor pago de subsídios pelos
consumidores de energia ao longo de todo o ano foi de R$ 18,82 bilhões. Ou
seja, de lá para cá, houve uma alta de 37,4% no custo dos subsídios embutidos
na conta de luz.
A atual
diretoria da Aneel defende que parte dos subsídios seja revista. Os diretores
consideram que algumas políticas são meritórias, como a tarifa social de
energia, mas outras não são mais, caso do subsídio à geração distribuída e a
combustíveis poluentes.
Os diretores também defendem que os subsídios ou parte deles deveriam ser incorporados ao Orçamento federal, ou seja, que deveriam ser pagos com os recursos da União, uma bandeira que nunca encontrou eco no atual Ministério da Economia.
A agência
lembra que os subsídios consistem em políticas públicas criadas por meio de
leis e decretos expedidos pelo Congresso Nacional e pelo governo. Ou seja, uma
vez instituídos, o pagamento é obrigatório.
“Portanto,
não definidas pela ANEEL, a quem compete calcular os valores e incluir nos
processos tarifários das distribuidoras de energia”, diz a Aneel em nota.