Contas do governo têm déficit de R$ 1,5 bilhão em março
Contas do governo têm déficit de R$ 1,5 bilhão em março
No primeiro bimestre, contas tiveram um saldo positivo de R$ 19,4 bilhões. Números foram divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira.
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília
As contas do
governo federal registraram déficit primário de R$ 1,53 bilhão em março deste
ano, informou nesta segunda-feira (29) a Secretaria do Tesouro Nacional.
O déficit
primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as
despesas do governo (não são considerados os gastos com o pagamento de juros da
dívida pública). Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit
primário.
Segundo o
governo, o déficit registrado em março é o maior, para o mês, desde 2022,
quando o rombo somou R$ 6,97 bilhões (valor corrigido pela inflação).
O déficit
registrado das contas do governo em março aconteceu apesar do bom desempenho da
arrecadação — que somou R$ 190,6 bilhões, recorde histórico para o período.
“Em
termos reais, a receita líquida [após as transferências aos estados e
municípios] apresentou um acréscimo de R$ 12,6 bilhões (+8,3%), enquanto a
despesa total registrou um aumento de R$ 6,8 bilhões (+4,3%), quando comparadas
a março de 2023”, informou o Tesouro Nacional.
Parcial
do ano e meta fiscal
Ainda segundo o Tesouro Nacional, no acumulado dos três primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram superávit primário de R$ 19,43 bilhões.
Com isso,
houve piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado
um superávit fiscal de R$ 31,2 bilhões nas contas do governo.
De acordo
com o Tesouro Nacional, a receita líquida apresentou um aumento de R$ 44,9
bilhões (+9,1%) nos três primeiros meses deste ano, enquanto a despesa total
aumentou R$ 58,2 bilhões (+12,7%), na comparação com o mesmo período de 2023.
O governo
informou que busca zerar o rombo das contas públicas neste ano, meta que consta
na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) — aprovada pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2023, o
governo federal registrou um déficit primário (sem contar as despesas com
juros) de R$ 230,5 bilhões. Foi o segundo pior resultado da série histórica.
O objetivo
de zerar o rombo fiscal neste ano é considerado ousado pelo mercado financeiro,
que projeta um déficit em torno de R$ 80 bilhões para 2024.
De acordo
com o relatório de avaliação de receitas e despesas divulgado na semana
passada, entretanto, as contas do governo deverão registrar um déficit de R$
9,3 bilhões neste ano.
Pelas regras
do arcabouço fiscal, há uma banda de 0,25 ponto percentual do PIB para cima e
para baixo da meta fiscal.
Com isso, o
governo pode registrar um rombo de até R$ 28,8 bilhões em 2024 sem que o
objetivo seja descumprido.
Em busca da
meta fiscal, o governo aprovou, no ano passado, uma série de medidas para
aumentar a arrecadação federal. O objetivo é elevar a arrecadação em R$ 168,5
bilhões em 2024.