Contratações de profissionais trans crescem 40% em 2022, mostra levantamento
Contratações de profissionais trans crescem 40% em 2022, mostra levantamento
Número de vagas para esses profissionais, no entanto, diminuiu 5% em relação a 2021, segundo o portal especializado TransEmpregos.
Por Marta Cavallini, g1 03/02/2023 07h00- Atualizado há uma hora
Levantamento
do portal TransEmpregos mostra que, em 2022, o número de vagas para
profissionais trans diminuiu 5% em relação a 2021. Por outro lado, o número de
profissionais empregados cresceu 40%.
Em 2021,
foram 4.204 vagas anunciadas no site e 797 profissionais empregados através da
plataforma. Além disso, havia 1.434 empresas parceiras.
Já no ano
passado foram 4.002 oportunidades anunciadas, 1.113 profissionais foram
empregados e havia 2.202 empresas parceiras.
No último
domingo (29) foi celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, que entre os
objetivos estão a luta pelos direitos das pessoas trans e o combate à
transfobia.
Escolaridade
e regiões
Quanto à
escolaridade dos profissionais contratados, 38,8% têm ensino médio concluído,
31,6% nível superior, 12,2% são estagiários, 8,7% são jovens aprendizes, 7,1%
possuem ensino fundamental e 1,5% são trainees.
Entre as
áreas com mais oportunidades oferecidas, o destaque ficou com Tecnologia
(22,9%), Varejo e Comércio (10,4%), Serviços (9,7%), Agências de Turismo (6,9%)
e Bebidas e Alimentos (4,2%).
O Sudeste
foi a região com mais oportunidades, com 61,8% do total, seguido pelo Rio de
Janeiro (8%), Minas Gerais e Paraná (2,8% cada) e Distrito Federal (1,9%).
Outros 17,5% das oportunidades são remotas.
O número de
homens e mulheres trans negros cadastrados na plataforma correspondem a 48,43%,
enquanto brancos são 47,70%, amarelos são 1,91% e indígenas são 0,81%. A
maioria tem nível médio (58,57%), seguidos pelo nível superior (35,15%),
fundamental (3,32%) e mestrado (2,96%).
Baixa
representatividade
Para Tábata Silva, gerente do Empregos.com.br, ainda é baixa a representatividade de pessoas trans em empregos formais.
“Ainda
precisamos acelerar rumo à equidade de oportunidades. A contratação de pessoas
trans é sinônimo de valorização da diversidade nas empresas”, afirma.
Para ela, é
fundamental dar oportunidades para profissionais que representam as minorias
quando o assunto é diversidade de gêneros, como pessoas trans, travestis,
não-binárias, entre outros gêneros.
“O
respeito pelas diferentes identidades de gênero e orientações sexuais dentro
das organizações tem sido uma forte bandeira de inclusão e diversidade”, diz.
Segundo
Tábata, ainda faltam políticas de inclusão para o mercado de trabalho no
Brasil.
“A realidade
desse grupo minoritário que lida com transfobia, falta de visibilidade e de
acesso em diversos âmbitos da vida é muito triste. O preconceito e a reprodução
das violências e exclusões são marcas na vida dessas pessoas, mesmo quando elas
estão empregadas. Por isso, o ambiente corporativo deve ser plural, acolhedor,
seguro e motivador para todos. E o primeiro passo são as oportunidades formais
no mercado de trabalho”, diz a especialista.