Copa do Brasil: análise; Corinthians mostra organização mesmo com um a menos, mas falta poder de fogo
Copa do Brasil: análise; Corinthians mostra organização mesmo com um a menos, mas falta poder de fogo
Timão esbarra em erros técnicos e cresce jogando de forma reativa, após expulsão.
Por Bruno Cassucci — São Paulo
Organização
e combatividade são marcas do início de trabalho de Ramón Díaz no Corinthians.
Tais virtudes foram vistas mais uma vez na primeira partida das oitavas de
final da Copa do Brasil, contra o Grêmio, na Neo Química Arena, empatada sem
gols.
Mesmo no
segundo tempo, quando teve um jogador a menos durante mais de 40 minutos, o
Corinthians se manteve bem posicionado e capaz, não apenas de se defender de
forma eficiente, mas também de levar perigo à meta adversária – Giovane chegou
até a marcar nos acréscimos, mas o gol foi anulado por impedimento.
Porém, só
comprometimento tático e entrega física não são suficientes contra adversários
mais qualificados. Ainda falta poder de fogo à equipe para decidir jogos apertados,
como foi o desta quarta.
Quando o
jogo era 11 contra 11, o Corinthians teve bem mais posse de bola, mas enfrentou
dificuldades para criar jogadas de perigo. A equipe esbarrava em erros técnicos
variados: domínio, passe, cruzamento, finalização…
Ramón Díaz manteve a formação com linha de quatro na defesa, mas trocou peças: Matheuzinho entrou no lugar de Fagner, e Charles foi titular pela primeira vez, na vaga de Ryan.
A alteração
na lateral parecia ter o objetivo de explorar os espaços oferecidos pelo Grêmio
às costas de Soteldo. Em entrevista após a partida, a comissão técnica explicou
que também houve um componente físico na decisão de deixar Fagner no banco.
Já no meio,
Charles entregou menos do que Ryan vinha oferecendo e foi sacado no intervalo.
O primeiro
tempo corintiano não foi bom, mas ainda assim foi possível ver um time mais
seguro do que tempos atrás.
Ramón montou
o Corinthians no 4-4-2 com um losango no meio de campo e dando liberdade para
os laterais avançaram.
Na volta
para o segundo tempo, a formação mudou para um 4-3-3, com a entrada de Wesley
na esquerda e a ida de Romero para o lado oposto.
Porém, a
estratégia teve que ser rapidamente mudada com a expulsão de Raniele, que
poderia ter comprometido não apenas a partida, mas a vida corintiana na Copa do
Brasil.
O técnico
argentino ajustou o meio de campo com a entrada de Ryan e passou a jogar sem
centroavante, explorando a velocidade de Wesley e Giovane pelos lados.
Jogando de
forma mais reativa, o Corinthians se encontrou na partida e cresceu de
produção. Hugo Souza fez defesas importantes, mas ainda assim a equipe
conseguiu se defender bem.
Estatísticas do jogo: Corinthians x
Grêmio
Posse de
bola: 52% x 48%
Finalizações:
11 x 10
Finalizações
no alvo: 2 x 4
Desarmes: 23
x 20
Faltas
cometidas: 11 x 12
Passes
completados: 362 x 297
Passes
incompletos: 77 x 74
Jogos como o
desta quarta-feira reforçam a necessidade de o Timão qualificar o seu setor
ofensivo. E também deixam a esperança de que a equipe pode subir de patamar e
sonhar com coisas maiores se esses reforços vierem.
O
Corinthians segue vivíssimo na Copa do Brasil, mas será preciso maior
eficiência ofensiva para garantir a classificação na próxima semana.