Copom define nesta quarta-feira taxa básica de juros
Copom define nesta quarta-feira taxa básica de juros
Expectativa é de corte de 0,5 ponto percentual.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Comitê de
Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), define, nesta quarta-feira
(20), em Brasília, a taxa básica de juros, a Selic. Na sexta reunião de 2023, a
expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 13,25% ao ano para 12,75% ao
ano. Esse deverá ser o segundo corte desde agosto, quando a autoridade
monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário diante da forte queda da
inflação nos últimos meses.
Na ata desse
último encontro, os membros do colegiado já previam cortes de 0,5 ponto nas
próximas reuniões. Segundo o documento, o órgão avalia que esse será o ritmo
adequado para manter a política monetária contracionista (juros que
desestimulam a economia) necessária para controlar a inflação.
Segundo a
edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de
mercado, a taxa básica realmente cairá 0,5 ponto percentual, embora algumas
instituições projetem corte de até 0,75 ponto. A expectativa do mercado
financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano.
Inflação
Na ata da
última reunião, o órgão também informou que a evolução do cenário econômico e a
forte queda da inflação permitiram “acumular a confiança necessária para
iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”. Após uma série de
comunicados duros no início do ano, em que não descartava a possibilidade de
elevar a Taxa Selic, o Copom mudou de tom por causa do comportamento dos
preços.
Apesar do
recuo da inflação, o Copom informou que alguns preços ainda estão subindo ou
caindo menos que o previsto. De acordo com o órgão, a autoridade monetária
reduzirá os juros de forma conservadora.
Com a forte
desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de
inflação têm caído. Segundo o Focus, a estimativa de inflação para este ano
passou de 4,93% para 4,86%.
Em agosto,
puxada por habitação e saúde, o IPCA ficou em 0,23%, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de acelerar em relação a
julho, o indicador ficou abaixo das previsões por causa da queda do preço dos
alimentos. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 3,23% no ano e de
4,61% nos últimos 12 meses.
Para este
ano, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC – definida pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN) – é de 3,25%, com intervalo de tolerância de
1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é
1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois
anos, com o mesmo intervalo de tolerância.
No último
Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a
autoridade monetária reconhece a possibilidade de leve estouro da meta de
inflação neste ano. No documento, a estimativa é que o IPCA atingirá 5% este
ano. O próximo relatório será divulgado no fim de setembro.
Taxa Selic
A taxa
básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo
Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve
de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento
do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por
meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos
federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Ao reduzir a
Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção
e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade
econômica.
O Copom
reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações
técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial
e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom,
formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Edição:
Kleber Sampaio