Copom inicia oitava reunião do ano para definir taxa básica de juros
Copom inicia oitava reunião do ano para definir taxa básica de juros
Expectativa é de redução de 12,25% para 11,75% ao ano.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia, nesta terça-feira
(12), a oitava e última reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a
Selic. No encontro, que termina amanhã (13), a expectativa é que o órgão reduza
a taxa dos atuais 12,25% ao ano para 11,75% ao ano, segundo o boletim Focus,
pesquisa semanal do BC com analistas de mercado.
Este deverá
ser o quarto corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o
ciclo de aperto monetário (juros que desestimulam a economia). Após sucessivas
quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade
do ano, mas essa alta era esperada por economistas.
Os membros
do Copom já previam cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo
semestre. No comunicado do último encontro, em novembro, o órgão informou que a
magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da
evolução da dinâmica inflacionária.
Para o ano
que vem, a estimativa dos analistas é que as reduções continuem, em menor
medida, e que a Selic encerre 2024 em 9,25% ao ano. Para o fim de 2025 e de
2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano.
Inflação
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Em novembro,
o aumento de preços dos alimentos pressionou o resultado da inflação. O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial
do país ficou em 0,28%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O percentual foi maior que a taxa de setembro, que teve
alta de 0,24%.
A inflação
acumulada este ano atingiu 4,04%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%.
Na última
ata, o Copom avaliou a necessidade de se manter uma política monetária ainda
contracionista para que se consolide a convergência da inflação para a meta em
2024 e 2025 e a ancoragem das expectativas. Para 2024, a estimativa do mercado
para a inflação está em 3,93%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para
os dois anos.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste
ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Taxa Selic
A taxa
básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo
Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve
de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento
do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por
meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos
federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Ao reduzir a
Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção
e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade
econômica.
No último
Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 2,9% a projeção de
crescimento para a economia em 2023. O mercado projeta mesmo crescimento, de
2,92% segundo o boletim Focus.
Superando as
projeções, no terceiro trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,1%, na
comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a alta acumulada foi de
3,2%.
Com o resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado nos três últimos meses de 2019.
O Copom
reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações
técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial
e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom,
formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Edição:
Maria Claudia