Covid: hospitais na China estão lotando com infectados, adverte OMS
Covid: hospitais na China estão lotando com infectados, adverte OMS
Os números oficiais mostram que ninguém morreu de covid na quarta-feira — mas há ceticismo em relação aos dados.
Por BBC 22/12/2022 07h36 Atualizado há 4 horas
Os hospitais
na China parecem estar lotando em meio a preocupações com a nova onda de
covid-19 que atinge o país, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Michael
Ryan, chefe de emergências da OMS, afirmou que as Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) estão ocupadas, apesar das autoridades dizerem que os números são
“relativamente baixos”.
Os dados
oficiais mostram que ninguém morreu de covid na quarta-feira (21/12), mas há
ceticismo em relação ao real impacto da doença.
Nos últimos
dias, hospitais em Pequim e em outras cidades ficaram lotados, à medida que a
nova onda de covid atinge o país.
Desde 2020,
a China impôs restrições rigorosas como parte de sua política de “covid
zero”.
Mas o
governo suspendeu a maioria dessas medidas há duas semanas, após protestos
históricos contra os controles rígidos.
Desde então,
o número de casos disparou, levantando temores em relação a uma alta taxa de
mortalidade entre os idosos, que são particularmente vulneráveis.
Apesar do
aumento, os números oficiais mostram que apenas cinco pessoas morreram de covid
na terça-feira (20/12), e duas na segunda-feira (19).
Isso levou o
chefe de emergências da OMS, Michael Ryan, a fazer um apelo à China para que
forneça mais informações sobre a nova onda de propagação do vírus.
“Na
China, o que foi reportado (oficialmente) é um número relativamente baixo de
casos em UTIs, mas os relatos são de que as UTIs estão lotando”, afirmou.
“Temos
dito isso há semanas, que esse vírus altamente contagioso sempre será muito
difícil de deter completamente, apenas com saúde pública e medidas
sociais”.
Em sua
entrevista coletiva semanal em Genebra, o chefe da OMS, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, declarou que está “muito preocupado com a evolução da
situação na China”.
Ele pediu
dados específicos sobre a gravidade da doença, internações hospitalares e a
necessidade de terapia intensiva.
Ryan acrescentou
que “a vacinação é a estratégia para escapar” dos surtos de
coronavírus.
A China
desenvolveu e produziu suas próprias vacinas, que demonstraram ser menos
eficazes na proteção das pessoas contra doenças graves e morte por covid do que
as vacinas de mRNA usadas em grande parte do resto do mundo.
As
declarações dele foram feitas enquanto o governo alemão anunciou na
quarta-feira que havia enviado seu primeiro lote de vacinas BioNTech contra
covid-19 para a China.
As vacinas
alemãs devem ser aplicadas inicialmente em expatriados na China — estima-se que
haja cerca de 20 mil.
É a primeira
vacina estrangeira contra a covid-19 a ser entregue na China, embora não tenham
sido divulgados detalhes sobre quando vai chegar ou o tamanho da remessa.
No mês
passado, durante uma visita a Pequim, o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez
pressão para que a vacina também fosse disponibilizada gratuitamente aos
cidadãos chineses.