Déficit primário em junho é de R$ 40,9 bi e fica em 2,44% do PIB
Déficit primário em junho é de R$ 40,9 bi e fica em 2,44% do PIB
Dívida Líquida do Setor Público é de 62,2% do PIB (R$ 6,9 trilhões).
Publicado por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - São Luís
O setor
público consolidado teve déficit de R$ 40,9 bilhões em junho deste ano. O
resultado é menor que o saldo negativo de R$ 48,9 bilhões observado no mesmo
mês de 2023, informou hoje (29), em Brasília, o Banco Central (BC).
No acumulado
de 12 meses, o déficit do setor público consolidado – que engloba governo
federal, os estados, municípios e as empresas estatais – foi de R$ 272,2
bilhões. O resultado equivale a 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB) e é 0,08
ponto percentual (p.p) inferior ao déficit acumulado dos doze meses até maio.
Em junho, o
governo central – o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o próprio BC – e
as empresas estatais tiveram déficits respectivos de R$ 40,2 bilhões e R$ 1,7
bilhão, e os governos regionais, superávit de R$ 1,1 bilhão.
Em junho, os
juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por
competência, somaram R$ 94,9 bilhões, ante os R$ 40,7 bilhões registrados no
mesmo mês de 2023. Essa evolução foi influenciada pelo resultado das operações
de swap cambial (perda de R$ 28,6 bilhões em junho de 2024 e ganho de R$ 20,5
bilhões em junho de 2023).
Juros
nominais
No acumulado em doze meses até junho deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 835,7 bilhões (7,48% do PIB), comparativamente a R$ 638,1 bilhões (6,06% do PIB) nos doze meses até junho de 2023.
O resultado
nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os
juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 135,7 bilhões em junho. No
acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou 9,92% do PIB, ficando em R$
1.108 bilhão, ante déficit nominal de R$ 1.061,9 bilhão (9,56% do PIB)
acumulado até maio de 2024.
O BC
informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) fechou junho em
62,2% do PIB (R$ 6,9 trilhões), um aumento de 0,1 p.p do PIB no mês.
“Esse
resultado refletiu os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,8
p.p.), do déficit primário (+0,4 p.p.), da desvalorização cambial de 6,1% no
mês (-0,7 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,3 p.p.)”, disse o BC.
No ano, o
impacto dos juros nominais, de +4,1 p.p., do reconhecimento de dívidas (+0,2
p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,7 p.p.) e do efeito da
desvalorização cambial de 14,8% acumulada no ano (-1,6 p.p.) resultou numa
elevação da DLSP de 1,3 p.p. do PIB.
Dívida
Bruta
Já a Dívida
Bruta (DBGG) – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e
municipais – atingiu 77,8% do PIB (R$ 8,7 trilhões) em junho de 2024, aumento
de 1,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Segundo o
BC, esse aumento decorreu principalmente dos juros nominais apropriados (+0,6
p.p.), das emissões líquidas (+0,6 p.p.), do efeito da desvalorização cambial
(+0,3 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,4 p.p.).
“No ano, o
aumento de 3,4 p.p. do PIB resulta, sobretudo, da incorporação de juros
nominais (+3,8 p.p.), da emissão líquida de dívida (+0,9 p.p.), da
desvalorização cambial (+0,6 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (-2,1
p.p.)”, informou o Banco Central.
Edição:
Kleber Sampaio