Deputados do Partido Republicano abrem inquérito de impeachment de Joe Biden com foco em negócios da família
Deputados do Partido Republicano abrem inquérito de impeachment de Joe Biden com foco em negócios da família
Os deputados do Partido Democrata e várias testemunhas independentes disseram que não há provas de que Biden tenha recebido qualquer um desses pagamentos ou tenha se envolvido em comportamento impróprio enquanto atuou como vice-presidente entre 2009 e 2017.
Por Reuters
Os deputados
do Partido Republicano que lideram um inquérito de impeachment do presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, detalharam pagamentos estrangeiros a membros de
sua família na primeira audiência do caso, nesta quinta-feira (28), mas não
forneceram evidências de que o presidente democrata tenha se beneficiado
pessoalmente.
A audiência
inicial de impeachment pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Deputados dos
EUA serviu como uma revisão das evidências que os republicanos reuniram até
agora sobre empreendimentos comerciais estrangeiros do filho de Biden Hunter
Biden, de 53 anos, que, segundo eles, mostram que os membros da família de
Biden estavam vendendo acesso ao poder.
“O povo
norte-americano exige responsabilização por esta cultura de corrupção”,
disse o presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, James Comer,
acrescentando que Biden mentiu sobre os negócios de membros da família e não os
isolou de suas funções oficiais.
Os deputados
do Partido Democrata e várias testemunhas independentes disseram que não há
provas de que Biden tenha recebido qualquer um desses pagamentos ou tenha se
envolvido em comportamento impróprio enquanto atuou como vice-presidente entre
2009 e 2017. A Casa Branca nega qualquer irregularidade e rejeitou a
investigação como tendo motivação política.
“Se os
republicanos tivessem uma arma fumegante ou mesmo uma pistola de água pingando,
eles a apresentariam hoje. Mas não têm nada”, disse Jamie Raskin, o principal
democrata do colegiado.
Biden está
em campanha pela reeleição no que será uma provável revanche com o republicano
Donald Trump, que se prepara para quatro julgamentos criminais por uma série de
acusações, desde tentativa de reverter sua derrota nas eleições de 2020 até
manuseio incorreto de documentos confidenciais ao deixar o cargo.
Trump, que
enfrentou processos de impeachment duas vezes durante seus quatro anos no
cargo, e alguns de seus aliados republicanos radicais há meses pedem o impeachment
de Biden.
Os
democratas exibiram com destaque um relógio contando os minutos até a
meia-noite de sábado, quando o governo dos EUA entrará em sua quarta
paralisação parcial em uma década se o Congresso não aprovar legislação para
financiar agências federais.
O professor
da Universidade George Washington Jonathan Turley e o contador forense Bruce
Dubinsky disseram que o painel tinha evidências suficientes para abrir um
inquérito de impeachment, mas não tinha evidências suficientes para justificar
as acusações de impeachment.
Outro
professor de direito, Michael Gerhardt, da Universidade da Carolina do Norte,
afirmou não ter ouvido provas críveis que justificassem a investigação e
alertou o colegiado de que motivação por preocupações partidárias.
Uma quarta
testemunha, a ex-funcionária do Departamento de Justiça Eileen O’Connor, disse
acreditar que o departamento havia suavizado uma investigação criminal de
Hunter Biden, que agora enfrenta acusações de porte de arma depois de anos
lutando contra o vício em drogas e álcool.
Os
republicanos alegam que Biden e sua família lucraram com as políticas que ele
adotou como vice-presidente durante o governo do ex-presidente Barack Obama
entre 2009 e 2017. Separadamente, eles também alegam que o Departamento de
Justiça interferiu em uma investigação fiscal contra Hunter Biden.
Não está claro se os republicanos da Câmara, que têm uma maioria estreita de 221 a 212, teriam os votos no final da investigação para apoiar o impeachment. Mas mesmo que essa votação seja bem-sucedida, é altamente improvável que o Senado, onde os democratas têm uma maioria de 51 a 49, vote para remover Biden do cargo.
No centro da
investigação estão as alegações de que Biden, enquanto vice-presidente,
pressionou a Ucrânia a despedir um procurador de alto escalão para proteger a
Burisma, uma empresa da qual Hunter Biden fazia parte do conselho de
administração.
Várias
autoridades norte-americanas e estrangeiras disseram que Biden estava
executando uma política oficial para combater a corrupção na Ucrânia.