Desembargador do TRE vota pela cassação de Moro e empata julgamento
Desembargador do TRE vota pela cassação de Moro e empata julgamento
Faltam manifestar votos cinco magistrados.
Publicado por Andre Richter- Repórter da Agência Brasil - Brasília
O
desembargador José Rodrigo Sade, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do
Paraná, votou nesta quarta-feira (3) a favor da cassação do mandato e pela
inelegibilidade por oito anos do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da
Operação Lava Jato. Com a manifestação do magistrado, o placar do julgamento
está 1 a 1.
Após o
empate na votação, a desembargadora Claudia Cristina Cristofani pediu vista do
processo (mais tempo para analisar) e suspendeu o julgamento, que será retomado
na próxima segunda-feira (8).
Se for
cassado pelo TRE, Moro não deixará o cargo imediatamente porque a defesa poderá
recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a eventual cassação for
confirmada pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a
vaga do senador. Ele ainda ficará inelegível por oito anos.
O julgamento
começou na segunda-feira (1º), quando o relator do caso, desembargador Luciano
Carrasco Falavinha Souza, se manifestou contra a cassação e pela rejeição das
ações nas quais o PT, o PL e o Ministério Público Eleitoral (MPE) acusam Moro
de abuso de poder econômico pela suposta realização de gastos irregulares no
período de pré-campanha nas eleições de 2022.
Em 2021,
Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da
República. De acordo com a acusação, houve “desvantagem ilícita” em
favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos “altos
investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar a sigla e se
candidatar ao Senado pelo União.
Conforme a
acusação do Ministério Público, foram gastos aproximadamente R$ 2 milhões
oriundos do Fundo Partidário com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com
a contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias
eleitorais. O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o
PT, foram R$ 21 milhões.
No
entendimento de Sade, Moro foi beneficiado eleitoralmente. Para o magistrado,
ao realizar a pré-campanha à Presidência e depois sair candidato ao Senado,
Moro gastou mais que os demais candidatos ao Senado e provocou desequilíbrio na
disputa.
“O
investigado Sergio Moro assumiu o risco verdadeiro de começar a gastar como
candidato presidencial, expondo-se a ver sua candidatura impugnada sob a
acusação de poder econômico”, afirmou.
O julgamento
prossegue para a tomada dos votos de mais cinco magistrados.
No primeiro
dia do julgamento, a defesa de Moro defendeu a manutenção do mandato e negou
irregularidades na pré-campanha.
Edição:
Valéria Aguiar