Desembargador vota pela cassação de Moro em 4ª sessão de julgamento
Desembargador vota pela cassação de Moro em 4ª sessão de julgamento
Placar no TRE está em 3 a 2 a favor do senador.
Publicado por Andre Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O
desembargador Julio Jacob Junio, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do
Paraná, sediado em Curitiba, votou nesta terça-feira (9) a favor da cassação do
senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato.
Com o voto
do magistrado, o placar do julgamento está 3 a 2 contra a cassação de Moro. É a
quarta sessão de julgamento. Nas sessões anteriores, os desembargadores Luciano
Carrasco Falavinha Souza (relator), Claudia Cristina Cristofani e Guilherme
Frederico Hernandes Denz votaram contra a cassação. O desembargador José
Rodrigo Sade proferiu o primeiro voto pela cassação.
Ao
justificar voto pela cassação, Jacob Júnior citou que a pré-campanha de Moro
realizou gastos com voos de jatinho, equipe de segurança, impulsionamento em
redes sociais e produção de vídeos promocionais. Dessa forma, segundo o
desembargador, Moro quebrou a igualdade com os demais pré-candidatos.
“Ao
ex-juiz Sergio Moro era dado naquele momento a necessidade de resgatar todo o
prestígio perdido que havia perdido ao se candidatar ao cargo de senador por
outra unidade da federação. Esse resgate, pelo comprovado nos autos, aconteceu
com a utilização indistinta e desmedida de recursos públicos”, afirmou.
O julgamento
prossegue para a tomada de mais dois votos.
No final de
2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência
da República. De acordo com a acusação, houve “desvantagem ilícita”
em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos “altos
investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar a sigla e se candidatar
ao Senado pelo União.
Para o
Ministério Público, foram gastos aproximadamente R$ 2 milhões, oriundos do
Fundo Partidário, com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a
contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias
eleitorais. O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o
PT, foram R$ 21 milhões.
A defesa de
Moro defendeu a manutenção do mandato e negou irregularidades na pré-campanha.
De acordo com o advogado Gustavo Guedes, Moro não se elegeu no Paraná pela
suposta pré-campanha “mais robusta”, conforme acusam as legendas.
Edição:
Valéria Aguiar