Desemprego sobe a 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, diz IBGE
Desemprego sobe a 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, diz IBGE
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre setembro e novembro, o resultado traz aumento de 0,5 ponto percentual (8,1%). No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,2%.
Por Raphael Martins, g1 31/03/2023 09h01 - Atualizado há 8 minutos
A taxa de
desemprego no Brasil subiu para 8,6% no trimestre móvel terminado em fevereiro,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua,
divulgada nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Em relação
ao trimestre imediatamente anterior, entre setembro e novembro, o período traz
aumento de 0,5 ponto percentual (8,1%) na taxa de desocupação. Ainda assim,
esse é o menor resultado para o trimestre dezembro-janeiro-fevereiro desde 2015
(7,5%). No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,2%.
Com isso, o
número absoluto de desocupados teve alta de 5,5%, chegando a 9,2 milhões de
pessoas. São 483 mil pessoas a mais entre o contingente de desocupados,
comparado ao trimestre anterior. Em relação a 2022, o recuo é de 23,2%, ou 2,8
milhões de trabalhadores.
Já o total
de pessoas ocupadas teve um recuo de 1,6% contra o trimestre anterior, passando
para 98,1 milhões de brasileiros. Deixaram o grupo cerca de 1,6 milhão. Na
comparação anual, houve crescimento de 3%.
Retração
para os sem carteira assinada
No trimestre encerrado em fevereiro, a força de trabalho brasileira — ou seja, pessoas ocupadas e desocupadas — chegou a 107,3 milhões de pessoas, uma redução de 1% ou 1,08 milhão de pessoas frente ao trimestre anterior. Já a população fora da força teve crescimento de 2,3% e chegou a 66,8 milhões.
Segundo o
IBGE, o mercado de trabalho parece estar voltando à normalidade, depois do
impulso de recuperação após a desorganização durante a pandemia.
“Esse
aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas
seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no
pós-pandemia. Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode
sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho”,
diz Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
“Se
olharmos retrospectivamente, na série histórica da pesquisa, todos os
trimestres móveis encerrados em fevereiro são marcados pela expansão da
desocupação, com exceção de 2022”, afirma.
A analista
diz ainda que os primeiros meses do ano são marcados pelas dispensas de
trabalhadores temporários, que costumam ser contratados no fim do ano, e por
uma maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas.
São
justamente os trabalhadores informais que registram aumento de desocupação na
pesquisa encerrada em fevereiro.
O empregado
sem carteira assinada no setor público (-14,6% ou menos 457 mil), o sem
carteira assinada no setor privado (-2,6% ou menos 349 mil pessoas) e o
trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8% ou menos 330 mil) sofreram as
maiores baixas. A taxa de informalidade da população ocupada, contudo,
permaneceu estável (38,9%).
Além disso,
não houve crescimento de ocupação em nenhum dos setores analisados pela
pesquisa. Quatro deles tiveram quedas e os demais se mantiveram estáveis.
Rendimento
estável; desalentados, também
O rendimento
médio real ficou em R$ 2.853 no trimestre encerrado em fevereiro, o que mostra
estabilidade frente ao trimestre encerrado em novembro. Segundo o IBGE, houve
aumento nos setores de Alojamento e alimentação (6%) e Serviços domésticos
(2,6%).
Já a massa
de rendimento também ficou estável, em R$ 275,5 bilhões. Contra o mesmo período
do ano anterior, houve alta de 11,4%.
Outra
preocupação tradicional do mercado de trabalho, o contingente de desalentados
na força de trabalho, também teve estabilidade. Desalentados são aqueles com
capacidade de trabalhar, mas que desistiram de procurar emprego.
A população
desalentada permaneceu em 4 milhões de pessoas no trimestre, o que representa
uma queda de 16% (ou menos 754 mil pessoas) na comparação anual. O percentual
de desalentados na força de trabalho ou desalentada ficou em 3,6%.