Dia das Mães: preços dos presentes e serviços estão 7,2% mais caros do que em 2022, diz pesquisa
Dia das Mães: preços dos presentes e serviços estão 7,2% mais caros do que em 2022, diz pesquisa
Desde o início da pandemia, alta foi de 26,9%; movimento acompanha reabertura da economia, maior custo com salário e energia e variação das commodities no exterior.
Por Isabela Bolzani, g1 11/05/2023 05h03 - Atualizado há 3 horas
Os produtos
e serviços mais buscados para o Dia das Mães estão, em média, 7,2% mais caros
neste ano do que o observado em 2022. Os dados são de um levantamento feito
pela XP com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Desde o início da pandemia, esses preços ficaram 26,9% mais altos.
Segundo o
economista da XP, Alexandre Maluf, são vários os fatores que explicam o
movimento de alta dos preços – como o avanço do setor de Serviços após a
reabertura da economia pós-pandemia, os maiores custos com salários e energia,
e até a variação das commodities no exterior.
A cesta
avaliada pela XP conta com produtos como roupas, acessórios, eletroeletrônicos,
maquiagens, joias, perfumes e outros itens, além de serviços como alimentação
fora do domicílio e hospedagem (veja a lista abaixo).
Nesse
sentido, de acordo com a XP, o aumento dos preços também varia conforme o
presente. Os filhos que pretendem levar suas mães para comer fora de casa devem
pagar 8% a mais do que desembolsaram no ano passado, por exemplo.
Maluf explica que parte do encarecimento desses produtos reflete o problema de escassez de chuvas nos últimos anos – que, inclusive, também se refletiu nas contas de luz do comércio.
“Além disso,
com a reabertura da economia, o setor de serviços teve uma recuperação forte
por haver uma demanda reprimida por conta da Covid-19, e isso acabou gerando um
efeito de recomposição de salários que pressionou também o custo desses
restaurantes. Tudo isso acaba sendo repassado para o consumidor”, diz o economista.
Aqueles que
preferem dar roupas podem sentir o impacto dos preços do algodão – commodity
que, por conta das quebras de safra, registrou um preço recorde no ano passado.
Enquanto
isso, os que optarem por presentar suas mães com maquiagens e perfumes ainda devem
se deparar com preços mais altos por conta dos aumentos relacionados à
indústria petroquímica, que foi afetada pelo aumento nos preços do petróleo e
gás natural em meio à guerra na Ucrânia.
Já os filhos
que escolherem uma viagem também vão encontrar preços mais altos em hospedagem
e pacotes turísticos – nesse caso, reflexo dos custos comprimidos por conta da
pandemia.
“O período
foi muito severo para o setor de turismo e, agora, essas empresas querem
recompor suas grandes perdas, ao mesmo tempo em que a população também está
mais ávida a viajar”, diz Maluf.
“Tivemos
também algum efeito da passagem aérea, que subiu. O aumento no valor dos
combustíveis na aviação (que significa 30%, 40% dos custos do setor), por conta
da subida do preço no petróleo, explica as passagens mais caras”, completa o
economista.
O outro
lado da moeda
Apesar do
aumento na média dos preços, alguns produtos e serviços da cesta avaliada
apresentaram queda no acumulado de 12 meses, como TV, som e itens de
informática (-10,8%) e celulares (-3%), por exemplo.
Nesses casos
específicos, diz Maluf, o que explica o alívio dos preços foi a melhora nas
condições de oferta dos componentes eletrônicos, após a falta de chips e
semicondutores vista durante a pandemia.
“Na
pandemia, as pessoas não puderam consumir serviços e passaram a consumir bens,
por isso a forte escassez desses componentes”, explica Maluf, ressaltando que
conforme a população foi sendo vacinada e voltou a consumir no setor de
serviços, a demanda por esses produtos baixou e os preços foram normalizando.
“Esse
equilíbrio/alívio na cadeia de suprimentos se reflete, principalmente, na queda
dos preços dos eletroeletrônicos. Além disso, temos o momento da economia
global. Com a alta dos juros, as famílias acabam por consumir menos esses
produtos por conta da restrição ao crédito e renda (efeitos da política
monetária)”, afirma o economista da XP.