‘Dinheiro esquecido’: em um mês, R$ 342,2 milhões foram resgatados

'Dinheiro esquecido': em um mês, R$ 342,2 milhões foram resgatados

O valor equivale a 5,7% do total disponível pelo Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central. Maior valor sacado por uma pessoa física foi de R$ 750 mil, enquanto uma única empresa resgatou mais de R$ 3 milhões.





Por g1 10/04/2023 11h19 - Atualizado há 22 horas

O total de saques do dinheiro esquecido em instituições financeiras somaram R$ 342,2 milhões, informou o Banco Central do Brasil nesta segunda-feira (10). A data marca cerca de um mês após a liberação das consultas. Apesar de expressiva, a cifra representa apenas 5,7% dos R$ 6 bilhões em valores a resgatar anunciados pela instituição.

Até o momento, aproximadamente 4,8 milhões de pessoas físicas e empresas solicitaram a devolução de recursos por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), de acordo com balanço do BC. Com os resgates, cerca de R$ 5,658 bilhões seguem disponíveis.

O maior valor sacado por uma pessoa física foi de quase R$ 750 mil. Já por pessoa jurídica, o resgate mais alto foi de R$ 3,3 milhões.

De acordo com o BC, o SVR permanecerá aberto para todos, sem interrupções programadas, para o resgate de valores no sistema financeiro. “Independente do montante, o recurso pertence ao cidadão e deve a ele ser devolvido”, afirmou, em nota.

Ao todo, 38 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de empresas têm cerca de R$ 6 bilhões a resgatar. A página para consulta inicial de dinheiro esquecido está ativa desde o dia 28 de fevereiro. Já o sistema para saque está no ar desde 7 de março.

 

Memes nas redes sociais

As grandes filas geraram piadas na internet. “Entrei na fila desse negócio de valores a receber do banco central e tem mais de 200 mil pessoas na minha frente, repare só quando chegar minha vez e dizer la que eu vou receber 5 reais”, escreveu um dos usuários.

Situação semelhante à da diarista Erica Santos Ferreira, de 37 anos. Ansiosa para descobrir a quantia e fazer a transferência, ela relatou ao g1 a frustração ao se deparar com apenas R$ 0,01 para resgatar.

“Fiquei uma hora na fila e, para a minha surpresa, eu tinha apenas um centavo. Eu imaginei que o valor não fosse tão grande, mas um centavo é meio que sacanagem”, conta Erica.

 

Os ‘sortudos’

O empresário Samuel Mendes, de 39 anos, encontrou o maior valor entre os personagens localizados pelo g1: R$ 4.267,45. Mais curioso: ele revelou que na primeira edição do SVR, no ano passado, encontrou a soma de R$ 1,91. Ele voltou ao SVR depois de ser alertado por amigos que uma nova consulta seria liberada.

“Eu havia me esquecido de um consórcio que tinha comprado e desistido, há mais de cinco anos. O valor pago seria restituído somente no fim do grupo. E agora, estou feliz com essa novidade. Vou investir no meu escritório que estou renovando após a pandemia”, conta Samuel.

O carioca Pedro Delforge, de 26 anos, é outro “sortudo”. Ele contou ao g1 que foi pego de surpresa com quase R$ 3 mil a resgatar. Delforge foi o primeiro a ser localizado pela reportagem dentro das 643.105 pessoas que têm mais de R$ 1 mil a receber — o que representa 1,37% do total mapeado pelo Banco Central.

“Entrei no sistema por desencargo de consciência. Achei que tivesse uns 10 centavos, mas tinha R$ 3 mil”, afirmou.

Antes do passo a passo, é importante ressaltar que, via sistema do Banco Central, os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave PIX para a devolução.

Caso não tenha uma chave cadastrada, você precisará entrar em contato com a instituição para combinar a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.

 

1 – Não custa reforçar: a primeira etapa é saber se você tem valores a receber.

 

Isso é feito pela página www.valoresareceber.bcb.gov.br. O BC ressalta que este é o único site disponibilizado para consulta.

2 – Após clicar no botão da imagem acima, você será encaminhado para consulta pública.

 

Nessa etapa, é preciso preencher os campos com CPF e data de nascimento.

No caso de empresas, a busca é feita pelo CNPJ e data de abertura do negócio.

 

Caso tenha valores a receber, a tela irá indicar o terceiro passo.

Em caso contrário, o sistema irá sugerir uma nova consulta em outro momento, após possíveis atualizações de dados encaminhados por instituições ao BC.

3 – Confirmado que há dinheiro a resgatar, você será encaminhado para uma nova página do SVR.

De acordo com o BC, esse sistema é semelhante à compra de ingressos.

Ou seja, se houver acessos simultâneos acima da capacidade, você ficará em uma sala de espera virtual aguardando sua vez.

4 – Na sequência, é preciso fazer login com a conta gov.br. Não tem? Saiba criar uma.

 

A criação da conta gov.br é gratuita. O cadastro pode ser feito pelos seguintes caminhos:

Site Acesso (https://sso.acesso.gov.br)

App gov.br (link iOS ou link Android)

 

5 – Nessa etapa, você será encaminhado para o valor a receber, seja pessoa física ou jurídica.

6 – Você precisará aceitar o Termo de Ciência para prosseguir no sistema.

 

É preciso selecionar o quadradinho abaixo e clicar em “confirmar”.

 

7 – A tela seguinte trará as seguintes informações:

 

montante a receber;

nome e dados da instituição que deve devolver o valor;

origem (tipo) do valor a receber;

informações adicionais, quando for o caso.

Nessa página, também será possível acessar os dados e solicitar diretamente a devolução para a instituição financeira.

 

8 – A última etapa é o pedido de devolução dos valores.

Clique no botão “solicitar por aqui” e siga as orientações indicadas.

Em seguida, selecione uma das suas chaves PIX e, caso deseje, informe seus dados pessoais.

Nesse caso, a instituição devolverá o valor via PIX em até 12 dias úteis após a solicitação.

O botão “solicitar por aqui” só irá aparecer, no entanto, caso a instituição na qual você tem dinheiro esquecido tenha firmado um termo de adesão com o Banco Central.

Do contrário, o resgate não será feito diretamente pelo sistema do BC.

O sistema irá apenas informar o valor a receber e em qual instituição está aquele recurso.

Aparecerá, nesse caso, uma mensagem informando contatos oficiais (e-mail e telefone) para que você entre em contato diretamente com a instituição e combine a forma de devolução.

 

Confira abaixo respostas para as seguintes perguntas:

Há alguma novidade neste ano?

É possível gerar um comprovante para tomar empréstimos?

Quando o dinheiro será pago?

Como não cair em golpes

Há alguma novidade neste ano?

Além de valores esquecidos em contas correntes, poupanças, cooperativas de crédito, consórcios e tarifas e empréstimos, o sistema do Banco Central agora mostra valores oriundos de contas de pagamento, corretoras de títulos e valores mobiliários.

Neste ano, há também uma sala de espera virtual, que permanece aberta por prazo indeterminado, para efetuar o pedido do saque. Ou seja: não haverá, como no ano passado, necessidade de agendamento.

Segundo o BC, o sistema também ganhou mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares solicitar o saque de dinheiro esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações da solicitação: valor, data e CPF de quem solicitou.

A consulta a valores de pessoa falecida ganhou acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal, e informará os dados de contato da instituição responsável pelo valor e a faixa de valor.

 

É possível gerar um comprovante para tomar empréstimos?

Sim. Ao acessar o Sistema de Valores a Receber (SVR), a partir desta terça (10), você vai poder gerar um comprovante.

 

O documento é gerado com um número de protocolo e o valor correspondente que pode ser sacado, podendo ser usado como prova para um credor.

 

Quando o dinheiro será pago?

Segundo o Banco Central, o prazo de devolução é em até 12 dias úteis, se você solicitou o seu valor pelo SVR, clicando em “Solicitar por aqui”, e indicou uma chave PIX.

 

Em casos diretamente combinados com a instituição financeira correspondente, não há prazo definido.

 

Como não cair em golpes

Segundo o site do BC, a melhor forma de se precaver é:

Não fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores: todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos.

Não clicar em links que indicam confirmação de dados pessoais: o BC não envia links nem entra em contato com você para tratar sobre valores a receber ou para confirmar seus dados pessoais.

Somente a instituição que aparece no Sistema de Valores a Receber é que pode te contatar e ela nunca irá pedir sua senha.

Não clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram.

O único site para saber informações sobre valores a receber é valoresareceber.bcb.gov.br 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *