Dólar abre em leve queda nesta quinta-feira
Dólar abre em leve queda nesta quinta-feira
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 2,21%, cotada a R$ 5,0860, na 3ª alta consecutiva e na maior variação positiva desde novembro.
Por g1 20/04/2023 09h17 - Atualizado há 2 minutos
O dólar
opera em queda nesta quinta-feira (20), após forte alta na véspera, quando
voltou a superar os R$ 5. Os agentes ainda repercutem as condições de
cumprimento da nova regra fiscal brasileira, apresentada ontem ao Congresso
Nacional.
Às 9h50, a
moeda norte-americana caía 0,49%, cotada a R$ 5,0612. Veja mais cotações.
Na véspera,
o dólar fechou em forte alta de 2,21%, cotado a R$ 5,0860. Com o resultado, a
moeda passou a acumular:
– Ganhos de
3,48% na semana e de 0,33% no mês;
– No ano, no
entanto, ainda acumula perdas de 3,64%.
O que
está mexendo com os mercados?
Ainda pairam
dúvidas entre especialistas se o governo terá condições de cumprir as regras
estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal. O mercado desconfia da capacidade do
ministro Fernando Haddad aprovar medidas que elevem a arrecadação, um
pressuposto para o cumprimento das metas.
“O principal problema do arcabouço, a meu ver, não é seu desenho, que nem acho muito ruim. É compatibilizá-lo com compromissos do governo, que em qualquer política pública anunciada promete expansão de gastos”, escreveu o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont.
“Se
você está cético quanto a capacidade de execução, logo, precisa ter confiança
na punição ao descumprimento. (…) Não existe punição e até mesmo alguns
mecanismos de controle orçamentário (como os contingenciamentos) estão sendo
colocados na sala de espera”, prossegue.
O Ministério
da Fazenda anunciou nesta quinta um conjunto com 13 medidas que pretendem
estimular o mercado de crédito e impulsionar as Parcerias Público-Privadas
(PPPs) em estados e municípios.
Ao final, a
equipe econômica espera que o conjunto de medidas, se de fato implementado,
amplie o mercado de crédito como um todo, reduzindo custos e taxas de juros,
além de estimular investimentos em infraestrutura.
No exterior,
atenções estão em discursos de agentes do Federal Reserve (Fed) e divulgações
de indicadores nos Estados Unidos, como vendas de residências usadas e de
pedidos de auxílio-desemprego.
Os
dirigentes têm expressado preocupação com os núcleos da inflação americana,
reforçando que o Fed deve aumentar os juros americanos na próxima reunião, no
início de maio, e manter o patamar elevado por mais tempo, perseguindo a meta
de 2%.
Além disso,
resultados corporativos estão no radar para medir a temperatura da economia
americana. “Ontem, o resultado do Morgan Stanley fechou o setor de grandes
bancos americanos com resultados que bateram estimativas, mas mostrou uma forte
contração nos lucros de 19%, impactados por menor atividade no mercado de
capitais que afetou o segmento de investment banking”, diz relatório da
XP.
Na Europa,
também continuam as reavaliações de agentes econômicos sobre o rumo dos juros.
Isabel Schnabel, membro do conselho do BCE, disse na quarta-feira que o núcleo
da inflação na zona do euro é “persistente” e que todos os preços,
exceto energia, estão mostrando “alto ímpeto”.
“Com a
agitação no setor bancário diminuindo e a inflação ainda alta, por exemplo no
Reino Unido, vemos a política monetária sendo reavaliada novamente”, disse
Joost van Leenders, estrategista sênior de investimentos da Van Lanschot
Kempen, à agência Reuters.
“Você tem uma inflação persistente e uma expectativa maior para a política monetária, mas também um crescimento menor. E esse é um quadro negativo para as ações e para os lucros.”