Dólar abre em mais uma queda e chega a R$ 4,90
Dólar abre em mais uma queda e chega a R$ 4,90
Na véspera, a moeda norte-americana teve queda de 1,29%, cotada a R$ 4,9421, abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde 9 de junho de 2022.
Por g1 13/04/2023 09h15 - Atualizado há 46 minutos
O dólar
opera em queda nesta quinta-feira (13). Depois dos resultados positivos de
inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos, investidores esperam
números de preços ao produtor americano e avaliam a ata do Federal Reserve,
divulgada ontem.
Às 10h, a
moeda norte-americana caía 0,29%, cotada a R$ 4,9276. Na mínima do dia, foi a
R$ 4,9051. Veja mais cotações.
Na véspera,
o dólar teve queda de 1,29%, cotada a R$ 4,9421, ficando abaixo de R$ 5 pela
primeira vez desde 9 de junho de 2022. Com o resultado, a moeda norte-americana
passou a acumular perdas de 2,51% no mês e de 6,36% no ano.
O que
está mexendo com os mercados?
O dólar
passou por dois dias de queda relevante, conforme aumentaram as perspectivas de
queda das taxas de juros aqui e nos Estados Unidos, o que anima investidores a
deixar investimentos seguros e partir para ativos de risco. É uma situação que
favorece investimentos em países emergentes, como o Brasil.
As
divulgações dos índices de inflação do Brasil e dos Estados Unidos foram duas
boas notícias para os agentes do mercado financeiro, que se preocupam com
desaceleração da economia global. Ambos os dados indicam que a subida dos juros
está fazendo efeito nos preços, e que poderão ser reduzidos em um prazo mais
curto.
Agora,
investidores avaliam a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado
Aberto (Fomc, na sigla em inglês), dos dias 21 e 22 de março. Na ocasião, os
juros americanos foram elevados em 0,25 ponto percentual.
O documento
mostra que parte das autoridades do Fed consideraram interromper os aumentos da
taxa de juros, até que ficasse claro que a falência de dois bancos regionais
não causaria maior estresse no sistema bancário. Além disso, afirma que é
esperada uma “leve recessão” para os EUA no fim do ano.
Segundo
relatório da Infinity Asset, membros do comitê deixaram claro que tem na crise
bancária a “esperança” de redução natural das linhas de crédito, um
“credit crunch”, e que isso em si se tornaria um aperto monetário
indireto no sistema.
“Ainda
assim, é necessário aguardar tais efeitos e principalmente, o mercado de
trabalho para garantir que tal cenário recessivo se concretize e o Fed possa
voltar a cortar juros em breve, o que para os otimistas seria no fim deste ano
e para os realistas, em algum momento no primeiro trimestre de 2024”, diz
o texto.
Mais tarde,
o Escritório de Estatísticas do Departamento do Trabalho dos EUA revela o
índice de preços ao produtor (PPI) de março.
Em
fevereiro, o PPI cheio recuou 0,1% no mês e aumentou 4,6% no ano. As
estimativas são de estabilidade (mês) e +3% (ano). O núcleo do PPI não variou
na comparação mensal e subiu 4,4% na anual, com estimativas, respectivamente,
de +0,3% e 3,4%.
O destaque
de agenda interna é a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China. A
comitiva iniciou a visita oficial à China em Xangai, onde acompanhou a posse da
ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do banco dos Brics.
Lula
discursou no evento de posse e disse que o Banco dos Brics se mostra importante
por ser uma instituição de alcance global sem a presença de países
desenvolvidos e citou o FMI.
“Nenhum
governante pode trabalhar com a faca na garganta porque está devendo. […] Não
cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países, como estão fazendo
com Argentina, o Fundo Monetário Internacional. E como fizeram com o Brasil e
com todos os países do terceiro mundo que precisaram de dinheiro”, disse.
Além disso,
o presidente defendeu o uso de uma moeda alternativa ao dólar no comércio
internacional entre os países do Brics. “Porque que um banco como o Brics
não pode ter uma moeda que pode financiar a relação comercial entre Brasil e
China, entre Brasil e outros países do Brics?”
“É difícil porque tem gente mal-acostumada porque todo mundo depende de uma única moeda. Eu acho que o século 21 pode mexer com a nossa cabeça e pode nos ajudar, quem sabe, a fazer as coisas diferentes.”