Dólar fecha em queda e fica abaixo de R$ 5,15, menor cotação em um mês

Dólar fecha em queda e fica abaixo de R$ 5,15, menor cotação em um mês

Moeda norte-americana recuou 1,36% nesta sexta-feira; Com o resultado, acumula desvalorização de 3,31% na semana frente ao real

Por g1 21/10/2022 09h02 Atualizado

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (21), apesar do dia de maior aversão ao risco nos mercados internacionais – o que beneficia os ativos considerados mais seguros, como a moeda e os títulos públicos dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana recuou 1,36%, a R$ 5,1468. É a menor cotação desde 22 de setembro, quando fechou em R$ 5,1147. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda recuou 1,08%, cotada a R$ 5,2175. Com o resultado de hoje, acumulou queda de 3,31% na semana, de 4,58% no mês e de 7,68% no ano frente ao real.

O que está mexendo com os mercados?

Um dia depois de registrar queda firme, o dólar opera com volatilidade com a aversão ao risco tomando conta do exterior.

“Após um início de semana positivo com resultados corporativos, o mercado passou a focar mais na perspectiva de alta de juros, especialmente após diversas declarações de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que indicaram que os aumentos continuarão até que a inflação seja controlada”, afirma a equipe de análise do BTG Pactual.

Os títulos públicos americanos, as Treasuries, são considerados os ativos mais seguros do mundo e sua rentabilidade está atrelada às taxas de juros nos EUA.

Dessa forma, com perspectivas de juros mais altos no país, os investidores migram de outros ativos para as Treasuries, o que favorece o dólar em relação a outras moedas, principalmente em momentos de grandes incertezas políticas e econômicas.

Em contrapartida, a valorização do petróleo nos mercados internacionais atrai investidores globais para as empresas exportadoras de petróleo listadas na bolsa brasileira, sobretudo para as ações da Petrobras, que vivem dia de alta. Com mais dinheiro entrando no país, a moeda perde força em relação ao real.

No Brasil, o foco permanece com o cenário político, a oito dias do segundo turno das eleições para Presidência da República e para alguns governos estaduais.

Na noite desta quarta-feira (19), o Datafolha divulgou mais uma pesquisa de intenção de votos. Segundo os dados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 49% da preferência dos eleitores, enquanto o atual presidente Jair Bolsonaro tem 45%. No caso dos votos válidos, Lula tem 52% e Bolsonaro, 48%.

No cenário internacional, outro ponto que merece destaque são as tensões políticas no Reino Unido. Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, disse, em entrevista à Reuters, que “o mercado continua atento à situação da Europa e à crise política no Reino Unido, após a renúncia da primeira-ministra Liz Truzz”.

Na véspera, Truss anunciou que deixará o cargo de primeira-ministra do Reino Unido depois de apenas seis semanas no poder, derrubada por um programa econômico de corte de impostos que abalou os mercados e dividiu seu Partido Conservador.

Embora a saída de uma líder já sem credibilidade tenha sido recebida na quinta-feira como motivo de alívio para alguns investidores, o aumento da incerteza sobre quem será o próximo premiê de um dos maiores centros financeiros do mundo passou a pesar mais nitidamente sobre o humor global nesta sexta.

 

 

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