Dólar opera em baixa após aprovação da reforma tributária e com dados de emprego mais fracos nos EUA
Dólar opera em baixa após aprovação da reforma tributária e com dados de emprego mais fracos nos EUA
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,64%, vendida a R$ 4,9298.
Por g1 07/07/2023 09h21 - Atualizado há 8 minutos
Depois de um
pregão de forte alta por conta das perspectivas de altas nos juros nos Estados
Unidos, o dólar abriu em baixa nesta sexta-feira (7), refletindo a aprovação,
em dois turnos, da reforma tributária na Câmara dos Deputados.
A proposta
de reforma ainda precisa ser aprovada pelo Senado Federal e, caso ocorra alguma
mudança no texto, volta para a Câmara, onde só será votada em agosto.
Às 10h27, a
moeda norte-americana caía 0,69%, cotada a R$ 4,8958. Veja mais cotações.
No dia
anterior, o dólar fechou em alta de 1,64%, cotada a R$ 4,9298. Com o resultado,
a moeda passou a acumular:
– Altas de
2,94% na semana e no mês;
– Queda de
6,60% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A proposta
de reforma tributária aprovada pela Câmara nesta quinta-feira (7), entre outros
destaque, consolida cinco impostos em dois impostos sobre valor agregado (IVA),
sendo um federal e o outro com gestão compartilhada por estados e municípios.
Foram 375
votos a favor e 113 contra. Mas, antes de seguir para o Senado, os deputados
precisam analisar destaques (sugestões de mudança no texto original). Quatro
serão votados na manhã desta sexta.
“A
Reforma Tributária pode ajudar, de fato, no crescimento econômico em médio
prazo. Contudo, é preciso avaliar como o setor de serviços, que tem grande peso
no PIB, será efetivamente impactado na prática, assim como o agronegócio, que
inicialmente foi contra a proposta”, afirma Alexandre Espirito Santo,
economista-chefe da Órama.
O economista
destaca que “como boa parte dos detalhes das mudanças vai precisar ser
definida em leis complementares posteriormente, a avaliação do impacto real neste
momento fica prejudicada.”
No entanto,
Espirito Santo pontua que a aprovação é um fator positivo para o mercado
financeiro.
Nos mercados
internacionais, o grande destaque do dia são os dados do mercado de trabalho
dos Estados Unidos. Segundo o Departamento do Trabalho, o país criou 209 mil
novas vagas fora do setor agrícola em junho, bem abaixo das expectativas do
mercado.
A queda
indica que o mercado de trabalho está menos aquecido, o que significa que a
inflação também pode arrefecer, já que a população terá menos dinheiro circulando.
Se a
inflação fica controlada, as expectativas são de que os juros também parem de
subir. Na quarta-feira (5), o Federal Reserve (Fed, banco central americano)
mostrou um tom conservador na ata de sua última reunião, reforçando indicativos
de novas altas nos próximos meses, a depender dos rumos da inflação.
No entanto,
o especialista em mercados de capitais, Daniel Moura, destaca que essa queda
também pode ser um sinal de uma recessão econômica à frente na maior economia
do mundo.
“Quando
um relatório revela uma criação de emprego menor do que a expectativa ou um
aumento significativo na taxa de desemprego, isso pode indicar um
enfraquecimento da economia, o que pode levar uma diminuição na confiança do
mercado e a uma maior volatilidade. Normalmente, os investidores monitoram os
relatórios do payroll como uma espécie de ‘indicador-chave’ do estado da
economia e realizam ajustes nas estratégias de investimento com base nesses
dados”, explica.