Dólar sobe e bate R$ 5,58, com fiscal e decisão de juros do BCE no radar; Ibovespa tem queda

Dólar sobe e bate R$ 5,58, com fiscal e decisão de juros do BCE no radar; Ibovespa tem queda

Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1%, cotada em R$ 5,4833. Já o principal índice de ações da bolsa opera em alta.


Por g1

O dólar abriu sem direção única nesta quinta-feira (18), mas logo virou para o território positivo e atingiu a marca de R$ 5,57, conforme investidores monitoravam o noticiário fiscal e corporativo local e aguardavam novos sinais sobre os juros norte-americanos e europeus.

Por aqui, as atenções ficam voltadas para as discussões em torno do Orçamento, com expectativa de que novos bloqueios de despesas sejam anunciados em breve, em mais uma tentativa do governo de conseguir alcançar o déficit zero neste ano.

No noticiário corporativo, destaque para o preço e o volume final das ações da Sabesp compradas durante o processo de privatização da companhia de saneamento, que devem ser divulgados hoje.

Já no exterior, além de novos dados econômicos dos Estados Unidos, o mercado avalia a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros da zona do euro inalterados.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, operava em queda.

 

Dólar

Às 15h45, o dólar subia 1,68%, cotado em R$ 5,5753. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5858. Veja mais cotações.

Na véspera, a moeda subiu 1%, cotada em R$ 5,4833.

 

Com o resultado, acumulou:

alta de 0,96% na semana;

recuo de 1,88% no mês;

avanço de 13% no ano.

 

Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa operava em queda de 1,39%, aos 127.650 pontos.

Na véspera, o índice avançou 0,26%, aos 129.450 pontos.

 

Com o resultado, acumulou:

alta de 0,43% na semana;

ganhos de 4,47% no mês;

perdas de 3,53% no ano.

 

O que está mexendo com os mercados?

O noticiário internacional é o principal foco dos negócios nesta quinta-feira, com destaque para a nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A instituição decidiu, mais uma vez, manter os juros inalterados na zona do euro, sem dar nenhuma indicação sobre seus próximos passos.

O argumento para a decisão foi que as pressões internas de preços continuam altas e que a inflação ficará acima de sua meta até o próximo ano.

“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente de dados e reunião a reunião para determinar o nível apropriado e a duração da restrição”, disse o BCE em comunicado.

Além disso, novos dados econômicos dos Estados Unidos também ficam no radar, com os pedidos de seguro-desemprego e índices da indústria norte-americana.

Segundo dados do Departamento de Trabalho dos EUA, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada, para 243 mil.

Os dados devem ajudar a nortear os mercados sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros do país.

Na véspera, o presidente da distrital da instituição em Richmond, Tom Barkin, afirmou que o mercado de trabalho dos EUA está esfriando, mas destacou que ainda há falta de mão de obra em alguns setores.

“Esse mercado parece estar apertado, mas não muito apertado”, afirmou, acrescentando que observa atentamente a taxa de desemprego do país.

Além disso, a corrida eleitoral dos Estados Unidos também segue sob os holofotes. Após o atentado sofrido pelo ex-presidente Donald Trump no último sábado, uma onda de favoritismo pelo republicano tomou conta do país

O cenário ainda se agravou em meio à turbulência da candidatura à reeleição do presidente norte-americano, Joe Biden, com vários líderes democratas pressionando por um encerramento de sua campanha.

Biden, de 81 anos, até agora se recusou a atender aos apelos públicos de 20 democratas do Congresso para que se afastasse, depois de um desempenho vacilante em debate no dia 27 de junho contra Trump, de 78 anos. Seus problemas ainda foram agravados na quarta-feira, quando ele testou positivo para Covid-19 durante uma visita de campanha a Nevada.

Já no mercado local, investidores continuam atentos para o quadro fiscal brasileiro. A expectativa é que novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento de 2024 sejam divulgados em breve pela equipe econômica, que busca cumprir as regras do arcabouço fiscal.

Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pediu “parcimônia” de sua equipe na revisão da expectativa de Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, diante do impacto das enchentes do Rio Grande do Sul.

“Eu estou pedindo parcimônia da Secretaria de Política Econômica na revisão de PIB, fazer com bastante cuidado. Nós estamos recebendo informações e dados que sustentariam uma reprojeção, mas pedi cautela, para avaliar bem se essa reprojeção deve ser feita”, declarou.

Segundo o blog do Valdo Cruz, a equipe econômica já avisou ao Palácio do Planalto que um novo bloqueio de verbas no Orçamento deste ano, agora em julho, será inevitável para cumprir a meta fiscal de zerar o déficit público (deixar as receitas e despesas equivalentes).

A decisão deve ser anunciada no próximo dia 22. Até o momento, a equipe econômica avalia que o contingenciamento será de no mínimo R$ 10 bilhões. Agentes de mercado, contudo, esperam ao menos R$ 30 bilhões para que a meta de déficit zero seja cumprida.

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