Em 2028, Petrobras começará a separar petróleo do CO2 no fundo do mar
Em 2028, Petrobras começará a separar petróleo do CO2 no fundo do mar
Atualmente processo é feito na planta da plataforma de petróleo.
Publicado por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A Petrobras
anunciou nesta terça-feira (20) que iniciará, no prazo de quatro anos, a fase
piloto de um novo projeto de reinjeção, no subsolo, de dióxido de carbono (CO2)
retirado de campos petrolíferos. A inovação da nova tecnologia, chamada de
projeto Hisep, em relação a outros processos de reinjeção é que a separação
entre o óleo e o gás carbônico ocorre no fundo do mar e não na plataforma.
A fase
piloto será implantada no pré-sal do campo de Mero, na Bacia de Santos. Depois
de testar a tecnologia em laboratório, a Petrobras fará a contratação para
montagem dos equipamentos submarinos que farão a separação e a reinjeção do
gás. O investimento total do início da pesquisa, em 2014, até o início da fase
piloto, em meados de 2028, deve chegar a US$ 1,7 bilhão
O CO2 é um
gás que está associado ao óleo nos reservatórios subterrâneos. Ao extrair o
petróleo, grande parte do gás é lançado na atmosfera.
A Petrobras
já reinjeta, no subsolo, parte dele. A ideia é que, com o projeto Hisep, o
percentual de reinjeção aumente. A tecnologia prevê a liquefação do CO2 através
de equipamentos submarinos que elevam a pressão sobre o gás. Em forma líquida,
o dióxido de carbono é reinjetado no subsolo, evitando sua dispersão na
atmosfera.
Descabonização
“Descarbonizar
a atividade do petróleo é fundamental para a transição energética, porque faz
com que a gente consiga, ainda por necessidade, utilizar hidrocarbonetos,
petróleo e gás, no nosso dia a dia – por um bom tempo, vamos ter que fazê-lo –
só que com um impacto mitigado”, afirmou o presidente da estatal, Jean
Paul Prates.
Segundo ele,
a Petrobras vem buscando fazer uma transição energética de forma responsável,
ao mesmo tempo em que lida com pressões divergentes em relação ao ritmo dessas
mudanças. Ele explica que alguns setores da sociedade exigem mais rapidez no
processo, enquanto outros demandam mais lentidão.
De acordo
com o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos
Travassos, o projeto também pode proporcionar redução de custos em relação às
plataformas
“Boa parte
da planta de processo [na plataforma de petróleo], cerca de 65%, é dedicada à
separação e à injeção de gás. Quando eu uso o HISEP, eu passo essa operação lá
para baixo [fundo do mar]. Com uma redução de 65% no peso e espaço [da
plataforma], a gente espera uma redução de custo significativa”.
Além disso,
com a redução do custo na separação e reinjeção do dióxido de carbono, é
possível começar a extrair petróleo de campos que hoje não são economicamente
viáveis, devido ao alto teor de CO2 do reservatório. Outro ponto positivo,
segundo Travassos, é reduzir a exposição de funcionários ao risco, já que
retira o processo da planta da plataforma.
Edição:
Maria Claudia