Em meio a discussão sobre meta fiscal, Lula diz que ‘dinheiro bom é dinheiro transformado em obra’
Em meio a discussão sobre meta fiscal, Lula diz que 'dinheiro bom é dinheiro transformado em obra'
Presidente comandou reunião com ministros da área de infraestrutura nesta sexta-feira (3). Governo lançou neste ano uma nova versão do PAC com a relação de obras prioritárias para os próximos anos.
Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender nesta sexta-feira (3) que o
governo faça investimentos e disse que “dinheiro bom é dinheiro
transformado em obra”. A declaração ocorreu em reunião com ministros da
área de infraestrutura, no Palácio do Planalto.
A fala do
presidente ocorre em meio a uma discussão envolvendo a meta fiscal do governo
para o ano que vem. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava na
reunião desta sexta, defende a meta de zerar o déficit das contas públicas em
2024.
Já a ala
política do governo defende uma meta com déficit de até 0,5%, para evitar corte
de gastos em ano de eleições municipais. O próprio presidente já afirmou que a
meta de déficit zero “dificilmente” será alcançada no ano que vem.
“Para
quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro que está no Tesouro, mas para
quem está na Presidência dinheiro bom é dinheiro transformado em obras. É
dinheiro transformada em estrada, em escola, em escola de primeiro, segundo,
terceiro grau, saúde”, disse o presidente nesta sexta.
Lula afirmou aos ministros que o dinheiro previsto para as pastas deve ser executado.
“Se o
dinheiro estiver circulando e gerando emprego, é tudo que um político quer e
que um presidente deseja”, acrescentou.
O presidente
disse ainda que deseja que eles sejam “os melhores gastadores do
dinheiro” em obras e citou a nova versão do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que reúne uma cartilha de empreendimentos em infraestrutura
com previsão de investir R$ 1,4 trilhão até 2026.
“Queremos
que vocês [ministros] sejam os melhores ministros deste país, os melhores
executores deste país, os melhores gastadores do dinheiro em obras de interesse
do povo brasileiro”, disse Lula.
Foco em execução
Lula também
afirmou que não deseja que os ministros criem novos projetos. A intenção do
governo é executar as propostas que já foram acordadas neste primeiro ano de
governo.
“Ninguém
precisa inventar nada novo neste país. Está tudo determinado. A gente vai fazer
essas obras. A gente tem até 2026 para que a gente execute parte dessas obras”,
afirmou.
Lula relatou
que pretende fazer novas reuniões setoriais, com ministros da área social e de
serviços. Ele também planeja, ao fim do ano, uma reunião com os 38 ministros,
para fazer um balanço de 2023.
“Toda e
qualquer falha que a gente tenha percebido neste primeiro ano, não poderá se
repetir no segundo ano”, afirmou.
Reunião de infraestrutura
O g1 apurou
que a reunião foi convocada para fazer um balanço do trabalho dos ministérios,
além de discutir a situação de obras.
O governo
lançou neste ano uma nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), que reúne as principais obras previstas para as 27 unidades da
federação.
Participaram da reunião:
Geraldo
Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços;
Rui Costa,
ministro da Casa Civil;
Fernando
Haddad, ministro da Fazenda;
Renan Filho,
ministro dos Transportes;
Silvio
Costa, ministro de Portos e Aeroportos
Alexandre
Silveira, ministro de Minas e Energia;
Juscelino
Filho, ministro das Comunicações;
Waldez Góes,
ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional;
Jader Filho,
ministro das Cidades;
Paulo
Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social;
Miriam
Belchior, secretária-executiva da Casa Civil;
Mauricio
Muniz, secretário de Articulação e Monitoramento da Casa Civil.
Lula decidiu
retomar as reuniões setoriais de sua equipe ministerial, a exemplo do que fez
no primeiro semestre.
A reunião
desta sexta foi a primeira com ministros da área de infraestrutura desde que
Lula nomeou Silvio Costa Filha para a pasta de Portos e Aeroportos.