Em nova fase, operação Mensageiro prende prefeitos, servidores e cumpre mandados em 12 cidades de SC
Em nova fase, operação Mensageiro prende prefeitos, servidores e cumpre mandados em 12 cidades de SC
Nesta manhã, dois prefeitos, um vereador, um secretário e servidores já foram presos. Ao todo, a polícia cumpre 18 mandados de prisões preventivas. Investigação mira em escândalo de corrupção com desvio de verbas públicas.
Por Anderson Silva, Caroline Borges e Dagmara Spautz, g1 SC e NSC TV - 27/04/2023 08h25 - Atualizado há 51 minutos
Está em
curso, nesta quinta-feira (27), a 4ª fase da Operação Mensageiro que investiga
um escândalo de corrupção envolvendo desvio de verbas públicas nas áreas de
coleta de lixo e saneamento.
Os alvos de
mandados de prisão são políticos e servidores de prefeituras em diferentes
regiões do estado. Até as 10h20, tinham sido presos dois prefeitos, um vereador,
uma secretária-adjunta municipal e servidores. Em ações anteriores, sete
prefeitos já haviam sido levados ao presídio.
No total,
estão sendo cumpridos 18 mandados de prisões preventivas e 65 mandados de busca
e apreensão. Uma das prisões aconteceu em Brasília. Doze cidades são alvos de
ações.
Conforme o
Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os mandados ocorrem em Imaruí,
Presidente Getúlio, Três Barras, Gravatal, Guaramirim, Schroeder, Ibirama,
Major Vieira, Corupá, Bela Vista do Toldo, Braço do Norte, Massaranduba. Os
mandados foram requeridos após informações repassadas por testemunhas e provas.
Prisões
Até as 10h20,
foram confirmadas as prisões de quatro pessoas na região Norte de Santa
Catarina. Em Corupá, a prefeitura confirmou a prisão do prefeito Luiz Carlos
Tamanini (MDB). Em Três Barras, o vereador Edenilson Engel (PSD) também foi
alvo de mandado.
Já em Guaramirim,
foram presos o Diretor da Águas de Guaramirim, Osni Denker, e a
Secretária-Adjunta de Administração e Finanças, Patrícia Malko, responsável
pelo setor de licitações (nota abaixo).
Na região do
Vale do Itajaí, em Ibirama, também estão confirmadas duas prisões: a do
prefeito Adriano Poffo (MDB), e o secretário de Administração, Fábio Fusinato.
O que
dizem os alvos desta 4ª fase
Em nota, a
prefeitura de Corupá, no Norte, afirmou que “está à disposição da justiça
para prestar todos os esclarecimentos devidos, disponibilizando toda a
documentação solicitada”. A reportagem tenta contato com os demais alvos
da ação.
A prefeitura
de Guaramirim confirmou as prisões de dois servidores e reforçou o
“compromisso com a transparência e reitera que entregou toda a
documentação solicitada, estando à inteira disposição da justiça para demais
esclarecimento”. “O prefeito encontra-se fora do país desde o dia 19,
em viagem familiar para acompanhar a formatura de seu filho em uma universidade
da Inglaterra”.
A prefeitura
de Gravatal afirmou que recebeu oficiais para o cumprimento de mandados de
busca e apreensão de documentos no Setor de Licitações, de diversos períodos e
gestões administrativas. Disse também que o prefeito Clei Rodrigues encontra-se
em viagem oficial em Brasília e não foi citado no referido mandado.
Em
comunicado nesta manhã, a prefeitura de Ibirama disse que agentes do Gaeco
foram até o município para coletar documentos de processos licitatórios e que o
prefeito e o secretário passarão por audiência de custódia em Florianópolis.
“O município permanece à disposição”, informou.
Em
Presidente Getúlio, a prefeitura confirmou que agentes do Gaeco foram até o
município para recolher documentos e um servidor foi levado pelo Gaeco para
prestar esclarecimentos. A prefeitura de Major Vieira também foi procurada, mas
disse que não iria se manifestar.
O Grupo
Serrana, nome da empresa investigada, disse em nota que se manifestaria
exclusivamente nos processos da operação “em respeito ao sigilo
judicial”.
Operação
Mensageiro
A Operação
Mensageiro, deflagrada na primeira fase no fim de 2022 pelo Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), colocou sob a mira um suposto
esquema de corrupção na licitação de lixo em várias cidades do estado.
Na primeira,
quatro prefeitos foram presos, um deles durante uma viagem oficial em Brasília.
Na segunda, em 2 de fevereiro, dois prefeitos também foram detidos. Na terceira
fase, o prefeito de Tubarão foi detido junto com o vice.
A
investigação está relacionada a suspeita de fraude em licitação, corrupção
ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta
e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina.
Até o
momento foram cumpridos 196 mandados de busca e apreensão e 40 mandados de
prisão preventiva. A nova fase corre em segredo de justiça, por determinação
legal.