Em reunião da ONU, ministro Silvio Almeida condena ocupação de Israel e diz que governo israelense pratica punição coletiva contra palestinos
Em reunião da ONU, ministro Silvio Almeida condena ocupação de Israel e diz que governo israelense pratica punição coletiva contra palestinos
Ele declarou que a criação de um Estado Palestino Livre e soberano que conviva com estado de Israel "é condição imprescindível para a paz".
Por g1
O ministro
de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, disse nesta segunda-feira (26)
que a ocupação de Israel em Gaza é ilegal e que condena os ataques no Hamas na
Faixa de Gaza, solicitando que todos os reféns sejam libertados imediatamente.
“[Demonstro]
nossa profunda indignação com o que acontece em gaza. Já em mais de uma
oportunidade condenamos os ataques impetrados pelo Hamas e demandamos a
libertação imediata e incondicional de todos os reféns”, afirmou o
ministro durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Ele declarou
também que a criação de um Estado Palestino Livre e soberano que conviva com
estado de Israel “é condição imprescindível para a paz”. Almeida
ressaltou esperar que a ONU reconheça que a ocupação israelense em territórios
palestinos é ilegal e viola normas internacionais.
“Incitamos
que Israel cumpra integralmente com as medidas emergenciais determinadas pelo
tribunal [da ONU], no sentido que cessem as graves violações dos direitos
humanos”, afirmou. O ministro citou o artigo II da Convenção de 1948 sobre
a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio como justificativa para o governo
israelense interrompa os ataques.
O artigo II
diz que qualquer um dos seguintes atos cometidos com a intenção de destruir, no
todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso é considerado
genocídio:
Matar
membros de um grupo;
Causar
sérios danos físicos ou mentais a membros do grupo;
Submeter
intencionalmente o grupo a condições de vida que podem ocasionar a morte;
Impor
medidas destinadas a impedir o nascimento de crianças no grupo;
“Também
[aponto] nosso repúdio a flagrante desproporcionalidade do uso da força por
parte do governo de Israel. Uma espécie de punição coletiva que já ceifou a
vida de quase 30 mil palestinos, a maioria deles mulheres e crianças”,
disse ainda.
Por fim, o
ministro declarou que o Brasil deve se opor firmemente a toda forma de
antissemitismo e islamofobia.
Conflito entre Brasil e Israel
Há cerca de
uma semana, Lula (PT) classificou como “genocídio” e
“chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques
terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação
israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf
Hitler no século passado.
“O que
está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum
outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os
judeus”, disse Lula.
O petista
fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de
suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos
(UNRWA, na sigla em inglês). Horas depois, o governo de Israel declarou Lula
como uma “persona non grata”.
O termo só
seria retirado se o presidente brasileiro pedisse desculpas — o que não de
acontecer. Segundo o blog da Daniela Lima, o governo descartou um pedido o de
desculpas ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A
primeira-dama, Janja, disse apenas que seu marido ‘se referiu ao governo
genocida, e não ao povo judeu’ ao comparar ação de Israel em Gaza ao
Holocausto.
Na última
sexta-feira (23), Lula reforçou a sua postura a respeito da guerra. Porém,
dessa vez, não comparou a ação de Israel à dos nazistas.
“Eu
quero dizer para vocês que eu não troco a minha dignidade pela falsidade. E
quero dizer para vocês que eu sou favorável à criação do Estado palestino livre
e soberano. Que possa, esse Estado palestino, viver em harmonia com Israel. E
quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo
palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e
crianças”, disse o presidente.
A declaração
ocorreu durante evento do programa “Seleção Petrobras Cultural – Novos
Eixos”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.