Empresário do Porsche que causou morte de motorista de aplicativo nega tratamento privilegiado: ‘Fui tratado como qualquer pessoa’
Empresário do Porsche que causou morte de motorista de aplicativo nega tratamento privilegiado: 'Fui tratado como qualquer pessoa'
Horas antes de ter a prisão preventiva decretada, o agora foragido Fernando Sastre Filho falou pela primeira vez, no escritório de seu advogado.
Por Fantástico
Horas antes
de ter a prisão preventiva decretada, o agora considerado foragido Fernando
Sastre Filho falou pela primeira vez, no escritório de seu advogado.
Questionado, Fernando falou sobre o tratamento que recebeu da PM e rebateu que
tenha sido “privilegiado”.
“Eu não
tenho acompanhado muito as mídias, então eu não sei a dimensão que está isso
também. Mas eu não sou nada disso, eu não tive nenhum tratamento privilegiado.
Foi um caso midiático que estourou e foi isso. Para mim foi tudo normal, não
teve nada de tratamento privilegiado. Fui tratado como qualquer um”,
afirma.
Liberação
da cena do crime
O vídeo de
uma das câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência, Fernando e a mãe,
Daniela, são vistos deixando o lugar do acidente. Avisada da batida, Daniela
tinha ido ao local ver o filho. “Na verdade, o que aconteceu foi que a
minha mãe, ela estava me socorrendo”, diz Fernando.
Os PMs
anotaram os dados do jovem e a versão dele para o acidente. A mãe quis levar o
filho, com urgência, para exames. E então os dois foram dispensados.
“A
gente permaneceu ali no local por mais de uma hora, uma hora e meia, não
consigo nem recordar, mas ficou bastante tempo ali”, relata o jovem.
Fernando
ficou 40 minutos na cena: de 2h29, horário do acidente, até às 3h09, hora
indicada na câmera corporal. Mas, em vez de ir ao hospital, como tinha dito
para a polícia, Fernando e a mãe foram para a casa.
“A
minha mãe passa em casa para eu pegar a minha carteirinha do convênio. Quando
eu chego em casa, eu tenho um alto descontrole, eu fico muito nervoso por tudo
aquilo que está acontecendo. E aí ela me dá um remédio. E aí eu… apago”,
afirma.
Em nota, a
Secretaria da Segurança Pública reconhece que houve falhas de procedimento e
diz que vai responsabilizar os policiais, por não seguirem a lei e não
submeterem o motorista ao teste do bafômetro. Afirma também que não dará mais
detalhes do caso, que corre em segredo de justiça. Pelo mesmo motivo, o sigilo,
o Ministério Público negou entrevista.
Pedido de
prisão
Agora,
Fernando é réu por homicídio e lesão corporal gravíssima, ambos com dolo
eventual, que é quando se assume o risco de matar e ferir. O pedido de prisão
dele foi expedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na sexta-feira (3),
após três negativas em primeira instância.
A defesa de
Fernando vai entrar com pedido de habeas corpus. Neste momento, Fernando é um
foragido da Justiça. O advogado de Fernando, Jonas Marzagão, disse que o
motorista do Porsche só vai se entregar quando a defesa receber do juiz a
garantia de que o cliente estará seguro na cadeia.