Empresários são alvos de ação que busca financiadores do 8 de janeiro
Empresários são alvos de ação que busca financiadores do 8 de janeiro
São eles Joveci Andrade, Adauto de Mesquita e Diogo Galvão.
Publicado por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - undefined
Dois
empresários foram presos nesta quinta-feira (25), na 25º fase da Operação Lesa
Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF). O objetivo é identificar pessoas
que financiaram e fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 em
Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo
Tribunal Federal (STF) foram invadidos.
Os alvos são
Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, ambos sócios do grupo
Melhor Atacadista. Em nota, a defesa dos empresários informou que não teve
acesso à decisão emitida pelo STF. “Ressalta-se que, desde o início, houve
esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será mantido perante o
Supremo Tribunal Federal”.
“A
realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados
veem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto”,
destacou a nota. “Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de
Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério
Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo
Tribunal Federal.”
“O grupo do
qual Joveci e Adauto são acionistas reitera que é contra o vandalismo e a
intolerância política e acredita que a democracia é feita com pensamentos
diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do grupo respeita as
Instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito.”, concluiu a
nota.
CPI
Ouvido na
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara
Legislativa do Distrito Federal, Joveci Xavier de Andrade negou ter participado
dos atos de 8 de janeiro em Brasília – mas admitiu ter estado no local no
momento em que as invasões aconteceram.
Em seu
depoimento, o empresário disse não ter patrocinado alimentação, trio elétrico,
outdoors ou faixas de protesto utilizadas nos atos. “Não tenho conhecimento de
como eles se sustentavam. Minha empresa não compactua. Lá, só sai mercadoria
paga”, afirmou.
Questionado
sobre possíveis ações do seu sócio, disse: “Não posso responder por meu sócio,
Adauto, enquanto pessoa física”.
São Paulo
Na cidade de
Campinas, em São Paulo, o empresário Diogo Arthur Galvão foi preso
preventivamente pela PF num imóvel do bairro de Cambuí. Ele é o terceiro alvo
da PF nesta 25ª etapa da Operação Lesa Pátria, investigado por suspeita de
envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O preso, de
36 anos de idade, aparece como proprietário de uma empresa de comércio
varejista de madeiras e artefatos em Campinas. A PF tem vídeos onde ele faz
convocação para os atos de 8 de janeiro. Também há gravações onde realiza
transmissão ao vivo da manifestação em Brasília, incluindo fotografias pessoais
dentro dos prédios invadidos. Sua defesa ainda não foi localizada.
Não é a
primeira vez que Galvão é preso na Operação Lesa Pátria por envolvimento nos
atos antidemocráticos. Em setembro do ano passado foi um dos três brasileiros
presos no Paraguai e trazidos de volta ao Brasil.
A operação
Estão sendo
cumpridos 34 mandados judiciais, sendo 24 de busca e apreensão, três de prisão
preventiva e sete de monitoramento eletrônico – todos expedidos pelo STF. As
ações ocorrem no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Tocantins, no Paraná,
em Mato Grosso do Sul, São Paulo, no Espírito Santo e Distrito Federal.
Ainda de
acordo com a PF, foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores
dos investigados. A estimativa é que os danos causados ao patrimônio público
possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.
“Os fatos
investigados constituem, em tese, crimes de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação
criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem
especialmente protegido”, destacou a corporação.
*Colaborou
Eduardo Reina, da Agência Brasil em São Paulo Edição: Graça Adjuto