Era Diniz na Seleção começa com disputas abertas no setor defensivo

O setor defensivo foi um dos pilares da seleção brasileira no último ciclo de Copa e, sob o comando de Tite, sofreu poucas mudanças ao longo da preparação para o Mundial do Catar. Porém, o cenário é bem diferente no início da era Fernando Diniz.

Gol, laterais e zaga têm disputas abertas às vésperas do primeiro jogo do Brasil nas Eliminatórias para a Copa de 2026. A Seleção estreia sob o comando de Fernando Diniz na sexta-feira, diante da Bolívia, às 21h45, no Mangueirão, em Belém, no Pará.

Titulares ao longo dos últimos quatro anos, inclusive no Catar, o zagueiro Marquinhos e o lateral-direito Danilo chegam como referências do setor, mas terão novos companheiros.

Gol

Presentes nas duas últimas Copas, Alisson e Ederson mais uma vez integram a Seleção neste início de ciclo. O dono da posição, no entanto, está indefinido.

Titular nos Mundiais da Rússia e do Catar, Alisson ainda não jogou com a amarelinha nesse ano. Ele ficou fora da primeira convocação de Ramon Menezes, para amistoso contra Marrocos, e se machucou na preparação para os duelos contra Guiné e Senegal.

Ederson, por sua vez, foi titular na data Fifa de junho e chega com a moral de quem conquistou a tríplice coroa pelo Manchester City na última temporada, sendo decisivo na final da Liga dos Campeões.

Alisson soma 61 jogos pela Seleção. Desses, em 41 deles não sofreu gols e só foi vazado em 23. Ederson, por sua vez, disputou 21 partidas, tendo levado 14 gols.

No primeiro treino, na última terça, Diniz deixou claro que exigirá bastante dos goleiros jogo com os pés – algo que tanto Alisson quanto Ederson têm como ponto forte.

Zaga

Dois dos convocados por Fernando Diniz para a posição nunca jogaram pela Seleção: Gabriel Magalhães, do Arsenal, e Nino, do Fluminense.

Porém, o primeiro já havia sido convocado quatro vezes (em uma delas pediu dispensa) e alimentou esperanças de disputar a última Copa. Mesmo tendo sido reserva em três das quatro primeiras rodadas do Campeonato Inglês, Gabriel Magalhães recebeu inúmeros elogios de Diniz e pode pintar na equipe titular – é o único zagueiro canhoto presente nessa convocação.

– Ele foi o quarto jogador que mais jogou na Premier League (da última temporada). Um dos poucos que jogou os 38 jogos, num time que quase foi campeão. É um jogador para estar em todo o ciclo. Jogador forte e técnico, que acompanhamos de perto. Ele está vindo pelos méritos que teve como jogador – exaltou o treinador, após a convocação.

Além dos dois nomes já citados, a outra opção para formar dupla com Marquinhos é Ibañez, que no mês passado trocou a Roma pelo Al-Ahli, da Arábia Saudita.

Lateral esquerda

Os dois laterais-esquerdos presentes na Copa do Catar, Alex Sandro e Alex Telles, ficaram fora da primeira lista de Fernando Diniz.

Os escolhidos foram Renan Lodi, que se transferiu para o Olympique de Marselha e volta a ter chance na Seleção, e Caio Henrique, do Monaco, novato com a amarelinha.

Mais do que uma mudança de jogadores, a Seleção deve ter uma mudança de função dos laterais. Enquanto Tite optava por “construtores”, jogadores que ficavam mais por dentro e não chegavam tanto à linha de fundo, Diniz deve exigir um jogo menos posicional, com mais ultrapassagens dos atletas da posição.

Depois de enfrentar a Bolívia, a Seleção volta a campo na terça-feira, diante do Peru, em Lima.

Veja a lista de convocados:

Goleiros: Alisson (Liverpool), Lucas Perri (Botafogo) e Ederson (Manchester City);

Laterais: Danilo (Juventus), Vanderson (Monaco), Caio Henrique (Monaco) e Renan Lodi (Marselha).

Zagueiros: Ibañez (Al-Ahli), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG) e Nino (Fluminense);

Meio-campistas: André (Fluminense), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Joelinton (Newcastle) e Raphael Veiga (Palmeiras);

Atacantes: Gabriel Jesus (Arsenal), Gabriel Martinelli (Arsenal), Matheus Cunha (Wolverhampton), Neymar (Al-Hilal), Richarlison (Tottenham), Rodrygo (Real Madrid) e Raphinha (Barcelona).