Escola de SP onde professora foi morta por aluno marca volta às aulas para 10 de abril

Escola de SP onde professora foi morta por aluno marca volta às aulas para 10 de abril

Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste da capital paulista, segue fechada desde que um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas. Polícia investiga participação de outros adolescentes no ataque.





Por g1 SP e TV Globo 30/03/2023 06h13 - Atualizado há 4 horas

A escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste da capital paulista, tem data para a volta às aulas, após um aluno de 13 anos matar uma professora a facadas na segunda-feira (27). A retomada está prevista para o dia 10 de abril. Inicialmente, a escola ficaria fechada por uma semana, tempo ampliado para três.

De acordo com a TV Globo, a escola contará com o trabalho de um arquiteto para reaproximar o espaço dos alunos. Professores e psicólogos estão em contato com pais e estudantes para prestar apoio às famílias.

Quatro professoras e um estudante foram esfaqueados dentro da sala de aula, na hora da chamada. Uma das professoras, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP. O corpo da docente foi velado e enterrado na terça-feira.

O agressor, um aluno de 13 anos do oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras, apreendido por policiais e levado para o 34° DP, onde o caso foi registrado. Câmeras de segurança da unidade registraram o momento em que a professora Cinthia Barbosa contém o agressor para salvar outra vítima. Na sequência, uma outra educadora retira a faca das mãos do estudante.

Após os ataques, alunos da Escola Estadual Thomazia Montoro fizeram uma vigília na porta da unidade. Maria das Graças, mãe de um aluno da escola, disse, em entrevista ao programa Encontro, que temia desde o ano passado que uma tragédia pudesse ocorrer na escola por conta de “brigas pesadas”.

 

Investigações

Na quarta-feira (29), a Polícia Civil de SP disse que está investigando a participação de outros dois alunos no ataque. O estudante que atacou e matou a professora está internado provisoriamente na Fundação Casa. A pedido do Ministério Público, a Justiça aceitou a internação por 45 dias.

Antes, o delegado do caso, Marcos Vinicius Reis, pediu a quebra de sigilo do celular de autor do ataque à escola, apreendeu um HD externo e diz que vai analisar cadernos e videogame. Segundo o delegado, também está sendo preparada uma reconstituição da cena do crime com a ajuda das professoras que testemunharam o ataque.

Sobre a possível motivação para o crime, segundo a polícia, o agressor diz que sofreu bullying em três das escolas em que estudou. Os estudantes falariam sobre o físico dele, que era magro, e o cabelo.

O estudante que atacou as professoras e os alunos na escola foi representado pelos atos infracionais equiparados aos crimes de:

 

– Injúria racial;

– Agressão;

– Homicídio qualificado consumado;

– Três tentativas de homicídio.

 

As professoras Sandra Pereira e Cinthia Barbosa, da Escola Estadual Thomazia Montoro, relataram à TV Globo como conseguiram agir para conter o aluno de 13 anos que matou uma educadora.

Sandra foi quem retirou a faca da mão do estudante após ele ser imobilizado. Sandra conta que incialmente, não conseguiu reconhecer o estudante. Ele estava com o rosto coberto por uma máscara e foi imobilizado por Cinthia.

“Eu não reconheci, na minha cabeça, não era possível ser um aluno nosso. O meu instinto foi tirar a máscara. Eu puxei a máscara e assim que eu vi, eu disse o nome dele e perguntei ‘Por que você fez isso?”, recorda.

Ela ainda afirma que as duas se arriscaram para proteger os demais alunos e evitar que a tragédia fosse ainda maior.

“Eu acho que a gente agiu porque além de ensinar, a escola tem o papel de proteger. Isso que eu pensava.”

 

Brigas frequentes, bullying, falta de segurança

A escola faz parte do Programa de Ensino Integral (PEI), projeto do governo do estado de São Paulo, desde 2021 — no governo de João Doria (então no PSDB).

Relatos de pais, alunos e profissionais da educação indicam para déficit de funcionários e precarização do trabalho. Ex-alunos e pais que mencionam episódios de bullying e maus-tratos entre os muros da escola.

Segundo dados do Censo Escolar, conta com 15 professores e aproximadamente 300 alunos matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. 

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