Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis
Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis
Expectativa para expansão da economia neste ano é 2,89%, diz BC.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
As previsões
do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2023 ficaram
estáveis, de acordo com a edição do Boletim Focus desta segunda-feira (6). A
pesquisa – realizada com economistas – é divulgada semanalmente pelo Banco
Central (BC).
Para este
ano, a expectativa para o crescimento da economia permaneceu em 2,89%. Já para
2024, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no
país – deve ficar em 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta
expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.
Superando as
projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na
comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre
do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.
O PIB
acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No primeiro semestre, a alta
acumulada foi de 3,7%.
Inflação
A previsão para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – permaneceu em 4,63% nesta edição do Focus. Para 2024, a estimativa de inflação subiu de 3,9% para 3,91%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa
para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo
BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para
2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o
teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024
também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda situa-se
dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em setembro,
o aumento de preços da gasolina pressionou o resultado da inflação. O IPCA
ficou em 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O percentual foi acima da taxa de agosto, que teve alta de 0,23%.
A inflação
acumulada este ano atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 5,19%,
ficando acima dos 4,61% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Taxa de juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros – a Selic – definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os
juros pela terceira vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de
0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do
primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa
alta era esperada por economistas.
Ainda assim,
em comunicado divulgado na semana passada, o Copom indicou que poderá mudar o
tempo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir
juros.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto
deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de
2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para o fim de
2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano,
respectivamente.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando
a atividade econômica.
Por fim, a
previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim
deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$
5,05.
Edição:
Maria Claudia