Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis
Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis
Expectativa para expansão da economia este ano é 1,6%.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
As previsões
do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2024 ficaram
estáveis, de acordo com a edição do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira
(6), em Brasília. A pesquisa – realizada com economistas – é divulgada semanalmente
pelo Banco Central (BC).
Para este
ano, a expectativa para o crescimento da economia permaneceu em 1,6%. Já para
2025, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no
país – deve ficar em 2%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro também projeta
expansão do PIB em 2%, para os dois anos.
Superando as
projeções, no terceiro trimestre do ano passado a economia brasileira cresceu
0,1%, na comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE.
Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.
Com o
resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando
7,2% acima do nível de antes da pandemia, registrado nos três últimos meses de
2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, com o consolidado do ano, serão
divulgados pelo IBGE em 1º de março.
No caso do dólar,
a previsão de cotação está em R$ 4,92 para o fim deste ano. No fim de 2025, a
previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.
Inflação
A previsão para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – permaneceu em 3,81% nesta edição do Focus. Para 2025, a estimativa de inflação é de 3,5%. Para 2026 e 2027, as previsões também são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa
para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para
este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Para 2025 e
2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com intervalo de tolerância de
1,5 ponto percentual.
Em dezembro
de 2023, a inflação do país foi de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA fechou o ano passado com
alta acumulada de 4,62%. Os dados de janeiro serão divulgados pelo IBGE na
quinta-feira (8).
Taxa de juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros – a Selic – definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os
juros pela quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve seguir com cortes de
0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
Em
comunicado, o Copom indicou que esse é o ritmo apropriado para manter a
política monetária contracionista “necessária para o processo
desinflacionário”. O órgão informou que a interrupção dos cortes dependerá do
cenário econômico “de maior prazo”.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a
taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de
2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse
patamar em 2026 e 2027.
Taxa de juros
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
Edição:
Kleber Sampaio