“Estou vivo”, diz Lula sobre plano de assassinato
“Estou vivo”, diz Lula sobre plano de assassinato
Presidente enfatizou que quer país sem estímulo ao ódio.
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta quinta-feira (21) os planos para seu
assassinato, em 2022, em tentativa de golpe de Estado elaborado por militares.
“Eu tenho que agradecer, agora, muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de
me envenenar, eu e o [vice-presidente, Geraldo] Alckmin, não deu certo, nós
estamos aqui”, disse.
Lula
discursou, no Palácio do Planalto, durante cerimônia para apresentação de
revisão de contratos de concessão de rodovias e atração de investimentos
privados em infraestrutura de transporte. “É esse país, companheiros, sem
perseguição, sem o estímulo do ódio, sem o estímulo da desavença que a gente
precisa construir”, afirmou.
“E eu não
quero envenenar ninguém, eu não quero nem perseguir ninguém. A única coisa que
eu quero é, quando terminar o meu mandato, que a gente desmoralize com números
aqueles que governaram antes de nós. Eu quero medir com números quem fez mais
escola, quem cuidou dos mais dos pobres, quem fez mais estradas, mais pontes,
quem pagou mais salário mínimo nesse país, é isso que eu quero medir porque é
isso que conta no resultado da governança”, acrescentou o presidente.
Golpe
Na última
terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para
desarticular organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado
para impedir a posse do presidente Lula após o pleito de 2022. O plano que
incluía o assassinato de Lula e do vice-presidente Alckmin foi impresso no
Palácio do Planalto, em novembro daquele ano.
O documento
golpista previa o envenenamento, o uso de explosivos e armamento pesado para
“neutralizar” Lula, Alckmin e o ministro Alexandre Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF). Um dos presos na Operação Contragolpe, da PF, afirmou
que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval para um plano golpista até 31 de
dezembro de 2022.
A
investigação apontou ainda que um “gabinete de crise” seria instalado
após assassinatos. A PF identificou que um núcleo de militares, formado após as
eleições presidenciais de 2022, utilizou-se de elevado nível de conhecimento
técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas.