Ex-PM confirma participação de mais pessoas no assassinato de Marielle
Ex-PM confirma participação de mais pessoas no assassinato de Marielle
Maior parte da delação permanecerá em sigilo, diz ministro Flávio Dino.
Publicado em 24/07/2023 - 11:48 Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O ex-policial
militar (PM) Élcio de Queiroz fechou delação premiada com a Polícia Federal
(PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) confirmando a
participação dele, de Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa no
assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O
ex-PM ainda indicou envolvimento de mais pessoas no crime, informação que segue
em segredo de Justiça.
“O senhor
Élcio narra a dinâmica do crime, narra a participação dele próprio e do Ronnie
Lessa e aponta o Maxwell e outras pessoas como copartícipes desse evento
criminoso”, informou nesta segunda-feira (24) o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Flávio Dino. O ministro acrescentou que há cláusulas de segurança no
acordo que impedem a divulgação de maiores informações.
“É muito
sensível. Envolve outras pessoas, envolve pessoas que têm uma notória
periculosidade e, por isso mesmo, o poder Judiciário, corretamente na nossa
visão, quebrou o sigilo de uma pequena parte da delação, mas a maior parte da
delação permanecerá em sigilo até a conclusão dessas operações”, explicou Dino.
Para o ministro Flávio Dino, a colaboração premiada de Élcio de Queiroz encerrou uma fase da investigação ao retirar todas as dúvidas sobre a execução do crime, abrindo a possibilidade de a polícia chegar aos mandantes do duplo assassinato. “Há um avanço, uma espécie de mudança de patamar da investigação. A investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos para novo patamar: a da identificação dos mandates do crime”, destacou o ministro, que acrescentou que nas próximas semanas “provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas colhido no dia de hoje”.
O chefe da
pasta da Justiça e Segurança Pública argumentou que a delação só foi fechada
porque as provas colhidas desde o início do ano tornaram evidente a
participação de Ronnie e Élcio no crime, o que teria tornado difícil a
manutenção da tese da defesa de Élcio que negava o envolvimento do ex-PM no
caso.
Em fevereiro
deste ano, a Polícia Federal e a Polícia Penal Federal ingressaram na
investigação em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Questionado porque a investigação anterior não tinha conseguido avançar nas
investigações, Dino respondeu que a participação das polícias federais permitiu
uma maior união de esforços. “Respeitamos as investigações já ocorridas, mas o
ingresso da Polícia Federal permitiu maior união. Então o elemento da união de
forças permitiu esse resultado”, opinou.
A operação
desta segunda-feira que prendeu o ex-bombeiro Maxwell, o “Suel”, foi um
desdobramento da delação premiada de Élcio de Queiroz.
Edição: Valéria Aguiar