Fachin vota por tornar réus mais 200 denunciados por atos golpistas
Fachin vota por tornar réus mais 200 denunciados por atos golpistas
Já votaram os ministros Alexandre de Moraes, relator, e Dias Toffoli.
Publicado em 27/04/2023 - 10:58 Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O ministro
Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o terceiro a votar por
tornar réus mais 200 denunciados na investigação dos atos golpistas de 8 de
janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e amplamente
depredadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Assim como o
ministro Dias Toffoli, Fachin acompanhou integralmente o voto do relator dos
inquéritos sobre o caso no Supremo, ministro Alexandre de Moraes. O recebimento
de mais de 200 denúncias está sendo julgado em plenário virtual, em que os
votos são depositados eletronicamente, sem deliberação presencial. A sessão
começou na terça-feira (25) e segue até as 23h59 da próxima segunda-feira (1º).
Uma primeira
leva com 100 denúncias foram aceitas na semana passada, por 8 votos a 2. Somente
os ministros André Mendonça e Nunes Marques divergiram dos demais. Eles foram
os únicos que defenderam que as denúncias deveriam ser julgadas pela primeira
instância da Justiça Federal.
No voto
desta semana, Moraes ressaltou que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro
tentaram “destruir o regime democrático e suas instituições, pregando a
violência, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos
princípios republicanos”.
Uma nova leva de 250 denúncias está marcada para ser julgada na próxima semana, em sessão virtual marcada para começar na próxima terça-feira (2). Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou 1.390 acusações formais ao Supremo, todas contra pessoas que participaram diretamente dos atos de vandalismo ou que incitaram a violência. Até o momento, ninguém foi denunciado por financiar ou idealizar os atos golpistas.
A situação é
inédita para o Supremo, que nunca tinha se debruçado sobre tantas denúncias
simultâneas sobre um mesmo caso. As sessões virtuais foram a maneira encontrada
por Moraes e pela presidente do Supremo, Rosa Weber, para lidar com tamanho
volume de pessoas processadas. A medida, contudo, tem sido criticada por
advogados.
A previsão é
de que o recebimento de todas as denúncias seja apreciado até junho. Em
seguida, deve ter início a fase da ação penal, com nova instrução processual e
possível produção de novas provas e colheita de novos depoimentos, inclusive a
pedido das defesas. Não há prazo definido para o julgamento final.
Edição:
Fernando Fraga