Fechamento de MEIs cresce no pós-pandemia com retomada do emprego CLT
Fechamento de MEIs cresce no pós-pandemia com retomada do emprego CLT
Segundo dados do Sebrae, em 2021, comércio de roupas e acessórios foi a categoria que mais teve fechamento de MEIs, cerca de 71.640, alta de 32% em relação ao ano anterior.
Por Aline Macedo, g1 17/11/2022 07h49 Atualizado há 3 horas
Seja pelo
aquecimento do mercado de trabalho, pela segurança dos benefícios trabalhistas
ou pelo negócio não ter dado certo, muitos empreendedores vêm encerrando o
registro de Microempreendedor Individual.
Segundo
dados do Sebrae, em 2021 os comércios de roupas e acessórios formaram a
categoria que mais fechou registros de MEI – cerca de 71,6 mil, uma alta de 32%
em relação ao ano anterior, quando foram 48.457.
Lucas Vaz,
de 23 anos, foi um dos empreendedores que encerrou o negócio próprio e voltou
para o emprego com carteira assinada, no chamado regime CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho).
Na pandemia,
ele perdeu o emprego como administrador de vendas e abriu com a mãe a loja Hot
Dog da Galega em Brasília.
Mas, segundo
Lucas, com a alta dos preços dos alimentos: (pão, carne e tomate), seus
principais produtos, já não compensava financeiramente continuar com o negócio
– que foi fechado em dezembro de 2021.
“Com o
faturamento em média de R$ 4 mil a R$ 5 mil por mês, já não era o bastante para
pagar fornecedores, ter dinheiro para o capital de giro e ainda ter
lucro”, diz Lucas.
Empreendedorismo
por necessidade
Rubens
Massa, professor de empreendedorismo e novos negócios da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), explica que a situação de Lucas é o chamado empreendedorismo por
necessidade, que veio acompanhando a alta do desemprego. E, com a retomada do
pós-pandemia, foi natural a criação de vagas CLT, diminuindo, assim, a demanda
dos trabalhos autônomos.
Uma pesquisa
do Sebrae Nacional mostra que aumentou o número de brasileiros que estão
empreendendo por necessidade nos últimos três anos – uma saída para ter renda e
resolver os problemas financeiros.
Sócia da
empresa e mãe de Lucas, Waléria diz que abriu o registro de MEI como forma de
completar a renda da família já que, com a crise, teve sua jornada de trabalho
e o salário reduzidos em 50%.
“Para não demitir as pessoas, eles diminuíram o salário e o tempo de trabalho para seis horas. Foi então que resolvi trabalhar na loja”, conta.