Força-tarefa buscará asfixiar poder econômico de milicianos no Rio
Força-tarefa buscará asfixiar poder econômico de milicianos no Rio
Grupo deve iniciar atividades na próxima semana, diz governador.
Publicado em 25/10/2023 - 15:03 Por Agência Brasil - Rio de Janeiro
O governo do
estado do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça e Segurança Pública
iniciaram um trabalho conjunto para investigar a lavagem de dinheiro de
organizações criminosas que atuam no território fluminense, como as milícias
que promoveram atentados na zona oeste do Rio nesta semana e facções do
tráfico. O objetivo é asfixiar financeiramente esses grupos, que mantêm
controle sobre mais de 20% da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O secretário
executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, explica que a prisão de
líderes não é o suficiente para impactar essas organizações, que lucram com
diversas atividades ilegais, o que inclui a cobrança de taxas a moradores e até
mesmo o controle de serviços básicos como água e luz elétrica.
“É
importante prender líderes de organizações criminosas? Claro que sim. Isso resolve
o problema? Claro que não. Precisamos quebrar a espinha dorsal do crime,
asfixiando as estruturas financeiras e reduzindo o seu potencial ofensivo. É
nisso que estamos trabalhando. Todos os dias”, disse o secretário na tarde
desta terça-feira (25), por meio da rede social X.
O grupo de
trabalho terá participação de representantes de instituições de segurança e
controle financeiro, como a Fazenda Estadual, o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública,
entre outros. O trabalho será coordenado pela Casa Civil do governo do Rio.
Interceptar a lavagem de dinheiro desses grupos é considerado ponto
importantíssimo pelo governador, Cláudio Castro.
“Na semana que vem, esse grupo de trabalho já deve estar instituído, começando a funcionar e dando continuidade a um trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Queremos dar um resultado perene, que funcione, que asfixie essas máfias e permita dar uma vida melhor para nosso povo”, disse Castro.
Uma operação
da Polícia Civil, que terminou com a morte de um dos líderes de uma milícia da
zona oeste do Rio, acabou por evidenciar o poderio desses grupos, que
promoveram uma onda de atentados na última segunda-feira (23), incendiando 35
ônibus e um trem em sete bairros diferentes.
Mesmo no dia
seguinte aos ataques, mais de 7 mil pacientes ficaram sem atendimento médico
por causa do fechamento de unidades de saúde e mais de 10 mil alunos de escolas
municipais não tiveram aulas.
Na
terça-feira (24), o líder de um grupo miliciano rival foi preso. Segundo
Castro, foi um “golpe duro” na milícia, porque o criminoso era operador
financeiro do grupo que atua em Ramos, na zona norte da cidade.
Edição:
Nádia Franco