Governo anuncia aumento de 30% em recursos para corredores do agro
Governo anuncia aumento de 30% em recursos para corredores do agro
Previsão é investir R$ 4,7 bilhões neste ano.
Publicado por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O governo
federal anunciou, nesta terça-feira (6), a ampliação de 30% no total de
recursos públicos investidos na infraestrutura dos chamados corredores do agro,
que são as rodovias e ferrovias usadas para exportação dos principais produtos
do agronegócio brasileiro.
De um total
de R$ 3,6 bilhões investidos em 2023, o governo prevê investir R$ 4,7 bilhões
neste ano. Em 2022, ainda segundo o Ministério dos Transportes, foi investido
R$ 1,9 bilhão nos corredores do agro.
“O teto de
gastos transformou o Brasil no país que menos investiu entre todas as economias
relevantes. Se investe pouco, obviamente a infraestrutura piora. Agora ela está
voltando a melhorar, mas ainda está recuperando um passivo desses últimos
anos”, argumentou o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Criado em
2016 durante o governo de Michel Temer, o teto de gastos limitou o aumento das
despesas públicas à variação da inflação. No ano passado, o mecanismo foi
substituído pelo novo arcabouço fiscal, que limitou os gastos à variação da
receita do governo, possibilitando aumentar despesas quando há aumento de
arrecadação.
O pacote de
investimentos anunciado prevê 60 obras consideradas estruturantes, sendo R$
2,66 bilhões para a infraestrutura do Arco Norte e R$ 2,05 bilhões para o Arco
Sul/Sudeste. Entre as obras, estão previstas a retomada dos investimentos
públicos na ferrovia Transnordestina, em Pernambuco, e das ferrovias FIOL 1 e 2
e a FICO, ligando Ilhéus, no litoral baiano, até Lucas do Rio Verde (MT).
“Vai criar
esse corredor que estamos chamando de leste-oeste, que vai ligar Ilhéus (BA)
até Agua Boa (MT), mas depois de Água Boa, com a FICO 2, até Lucas do Rio Verde
(MT)”, disse o ministro, que acrescentou que a ideia é, no futuro, conectar a
ferrovia transnordestina a ferrovia Norte-Sul
Arcos Norte e Sul
No Arco
Norte, que envolve os estados do Norte, além de Mato Grosso, Bahia, Maranhão e
Piauí, o ministério prevê, entre outras obras, duplicar a BR 135, no Maranhão,
restaurar a BR 158, no Pará, recuperar a BR 242, na Bahia, além de construir as
travessias de Itapoã do Oeste, Jaru e Ji-Paraná, em Rondônia, e a Ponte de
Xambioá, em Tocantins.
Em relação à
infraestrutura do Arco Sul/Sudeste, que engloba todo o Centro-Sul do Brasil, o
governo prevê a conclusão da Ferrovia Norte Sul, a intensificação das obras da
ferrovia FICO, além de duplicação da BR 163, do Paraná, das BRs 470 e 290, em
Santa Catarina, e das BRs 116 e 386, no Rio Grande do Sul.
A meta do
governo, de acordo com o ministro Renan Filho, é chegar a 90% da malha
rodoviária do Arco Norte sendo considerada boa, com 80% das rodovias em boas
condições em todo o país. A avaliação sobre a qualidade da malha rodoviária é
feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) por
meio do Índice de Composição da Manutenção (ICM).
Segundo o
Ministério dos Transportes, foi possível aumentar de 52% para 80% o total das
rodovias do Arco Norte consideradas em bom estado no período de dezembro de
2022 a dezembro de 2023.
O ministro
da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu que a infraestrutura é o fator mais
importante para a formação dos preços dos produtos. “A formação de preços está
diretamente ligada ao custo de frete. Se nós não tivéssemos essas condições de
rodovias, certamente a soja estaria abaixo do custo de produção”, destacou.
Leilões
Além dos
investimentos públicos diretos em infraestrutura, o governo prevê realizar 13
leilões para concessões de estradas e pontes, com expectativa de investimentos
de R$ 122 bilhões de reais. Desse total, R$ 95 bilhões estariam relacionados
aos chamados corredores do agronegócio.
“Atrair o
capital privado ajuda de duas maneiras: primeiro que quem paga deseja pagar
para ter uma boa estrada. Ele não está reclamando desse ambiente. Lógico que é
pagar uma tarifa justa dentro da realidade mercadológica da região e, por outro
lado, não há recurso público disponível no Brasil no horizonte de médio prazo
pelas restrições fiscais”, defendeu o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Entre os
leilões previstos, estão o da concessão da BR 262, de Minas Gerais, da BR 040,
entre Minas Gerais e Goiás, e das BRs 070, 174, 364 entre Mato Grosso e
Rondônia.
Portos e Aeroportos
O governo também detalhou nesta terça-feira (6) os investimentos em portos e aeroportos para os próximos anos. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, prevê investir, em 2024, R$ 639 milhões em portos e hidrovias, além de criar a Secretaria Nacional de Hidrovias e Transporte Aquaviário.
“O Brasil
hoje tem 19 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, com potencial de chegarmos
a 42 mil nesses próximos oito ou dez anos. Isso significa reduzir custos nas
operações, dialogar com a agenda ambiental e ajudar a potencializar o
escoamento da produção brasileira”, destacou Silvio Costa Filho.
A pasta de
Portos e Aeroportos ainda tem como meta realizar, até 2026, 35 leilões de
infraestrutura com previsão de arrecadar R$ 14,5 bilhões em investimentos no
setor. Outros R$ 23 bilhões são previstos por meio das renovações e
prorrogações de contratos de arrendamento e outros R$ 41 bilhões com novas
autorizações de contratos de adesão.
“Estamos
falando em R$ 78 bilhões de novos arrendamentos, renovações, prorrogações e
novas autorizações. É um volume muito grande e isso vai potencializar muito a
economia brasileira e vai ajudar no escoamento da nossa produção”, comentou.
Edição:
Valéria Aguiar