Governo Central tem superávit primário de R$ 11,1 bilhões em abril
Governo Central tem superávit primário de R$ 11,1 bilhões em abril
Resultado fica abaixo da expectativa de especialistas.
Publicado por Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil - São Luís
O Governo
Central, que reúne o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central,
foi superavitário em abril em R$ 11,1 bilhões, ante saldo positivo de R$ 15,6
bilhões no mesmo mês do ano passado, informou, nesta terça-feira (28), o
Tesouro Nacional. O resultado do mês ficou abaixo da mediana das expectativas
da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que indicava superávit
primário de R$ 18,3 bilhões.
O Tesouro
Nacional e o Banco Central foram superavitários em R$ 41,4 bilhões, enquanto o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) teve déficit primário de R$ 30,3
bilhões. Comparado a abril de 2023, o resultado primário observado decorre da
combinação do aumento real de 8,4% (R$ 14,7 bilhões) da receita líquida e do
aumento real de 12,4% (R$ 19,9 bilhões) das despesas totais.
Ainda de
acordo com o Tesouro, entre os fatores que influenciaram no crescimento real da
receita líquida no mês de abril de 2024, estão o aumento de R$ 9,6 bilhões da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e de R$ 2
bilhões no Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (PIS/Pasep), devido à exclusão do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo dos créditos dessas
contribuições; a elevação de R$ 1,7 bilhão no Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), essencialmente explicada pela redução nominal das
compensações tributárias, apesar do decréscimo na produção industrial.
Também
pesaram a alta de R$ 1,3 bilhão do Imposto de Importação, que decorreu dos
aumentos do volume em dólar de importações, da taxa média de câmbio e da
alíquota média efetiva desse imposto, o crescimento de R$ 3 bilhões de
arrecadação líquida para o RGPS, em razão dos aumentos da massa salarial, da
criação de empregos formais e da arrecadação do Simples Nacional.
Despesas
O Tesouro
informou que o principal fator que influenciou o crescimento das despesas em
abril foi o aumento de R$ 11,7 bilhões nos pagamentos de benefícios
previdenciários, resultado principalmente da diferença no calendário de
pagamento do 13º salário da Previdência Social.
“Em 2023, o
13º salário da Previdência Social foi pago nos meses de maio, junho e julho,
enquanto este ano será pago em abril, maio e junho”, disse.
Os demais
fatores que influenciaram o crescimento das despesas foram aumento nos
benefícios de prestação continuada, no valor de R$ 1,5 bilhão, reflexo do
crescimento do número de beneficiários e da política de valorização real do
salário mínimo; expansão das despesas com pessoal e encargos sociais em R$ 1,4
bilhão, em função principalmente de reajustes salariais concedidos ao
funcionalismo público em 2023; e aumento de R$ 2,2 bilhões nas despesas
discricionárias.
No período
de janeiro até abril, o Governo Central atingiu superávit primário de R$ 30,6
bilhões, ante saldo positivo de R$ R$ 46,8 bilhões no mesmo período de 2023 (em
termos nominais). O montante resulta de um superávit de R$ 122,9 bilhões do
Tesouro Nacional e do Banco Central e um déficit de R$ 92,3 bilhões na
Previdência Social.
Edição:
Nádia Franco