Governo de SP confirma primeiros casos de febre do Oropouche no estado
Governo de SP confirma primeiros casos de febre do Oropouche no estado
Duas pacientes foram diagnosticadas com a doença no interior paulista. Ambas já estão curadas. Brasil registrou neste mês as primeiras mortes no mundo a serem relacionadas com a doença, na Bahia.
Por TV Globo e g1 SP — São Paulo
A Secretaria
Estadual da Saúde confirmou nesta quinta-feira (1º) que o estado de São Paulo
registrou seus primeiros casos autóctones de febre Oropouche.
Casos
autóctones são aqueles em que o paciente foi infectado pela doença no próprio
local onde vive, sem histórico de deslocamento para outras regiões com maior
reincidência da doença.
Duas pessoas
foram diagnosticadas com a doença, ambas no município de Cajati, na região do
Vale do Ribeira. Elas tiveram evolução positiva em seus quadros de saúde e já
estão curadas.
Oropouche: entenda origem, sintomas e
tratamento
As infecções
virais foram detectadas pela Vigilância da Circulação Viral dos Arbovírus, por
meio de exames de RT-PCR, e já foram relatadas ao Ministério da Saúde. O
Instituto Adolfo Lutz analisou as amostras coletadas e descartou doenças como
zika, chikungunya e febre amarela.
De acordo
com a secretaria, as duas pacientes vivem em uma área rural próxima a uma
plantação de bananas. Nenhuma delas havia viajado no mês anterior ao início dos
sintomas.
A Febre
Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Depois de picarem uma
pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por
alguns dias. Quando esses mosquitos picam outra pessoa saudável, podem passar o
vírus para ela.
Segundo o Ministério da Saúde, a
doença tem dois ciclos de transmissão:
Ciclo
Silvestre: Neste ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os
portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti
diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas
o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é
considerado o principal transmissor nesse ciclo.
Ciclo
Urbano: Aqui, os humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também
é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso
pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente
transmitir o vírus.
Ainda
segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da
dengue e da chikungunya:
dor de
cabeça,
dor
muscular,
dor nas
articulações,
náusea
e diarreia.
Nenhuma
morte pela doença havia sido registrada no mundo até o Ministério da Saúde
confirmar, em 25 de julho, os óbitos de duas mulheres no interior da Bahia,
ocorridos entre maio e junho deste ano.
Em 2024, o
Brasil já registrou mais de 7 mil casos de febre de Oropouche, a maioria nos
estados do Amazonas e Rondônia.